Caixa eleva juros de
financiamento da casa própria pela terceira vez no ano
Wellton Máximo – Repórter da
Agência Brasil
Os mutuários que assinarem
contratos com a Caixa Econômica Federal a partir de outubro pagarão mais caro
pelo financiamento da casa própria. Pela terceira vez no ano, o banco reajustou
os juros das linhas de crédito habitacional. Os contratos já assinados não
serão afetados.
As novas taxas variam conforme o
grau de relacionamento do cliente com a Caixa. Para correntistas do banco e
servidores públicos que financiam imóveis pelo Sistema Financeiro Habitacional,
a taxa subiu meio ponto percentual, de 8,8% a 9,3% ao ano para 9,3% a 9,8% por
ano.
Para quem não é correntista da
Caixa, os juros subirão de 9,45% para 9,9% ao ano. O SFH financia imóveis de
até R$ 650 mil ou R$ 750 mil, dependendo da localidade, com recursos da
caderneta de poupança.
Os financiamentos do Sistema
Financeiro Imobiliário, destinado a imóveis acima de R$ 650 mil ou de R$ 750
mil, dependendo da localidade, também ficarão mais caros.
A taxa para correntistas da Caixa
e para servidores públicos passarão de 10,2% a 10,7% ao ano para 10,5% a 11,2%
ao ano. Para mutuários sem conta na Caixa, a taxa aumentará de 11% para 11,5%
ao ano. Para os imóveis comerciais, os juros subirão de 12% para 14% ao ano.
Em comunicado, a Caixa informou
que o aumento da taxa Selic – juros básicos da economia – foi o responsável
pela alta. Atualmente, a Selic, que serve de base para as demais taxas de juros
da economia, está em 14,25% ao ano, depois de ter sido reajustada por sete
vezes seguidas desde outubro do ano passado.
Segundo o banco, apenas os juros
do Programa Minha Casa, Minha Vida – destinado a famílias de baixa renda – não
sofreram aumento. Responsável por 70% do crédito imobiliário em todo o país, a
Caixa tem tomado uma série de medidas ao longo do ano que dificultam o acesso
aos financiamentos de imóveis.
Em janeiro e em abril , o banco
elevou os juros das linhas de crédito do SFH. Também em abril, a Caixa diminuiu
o limite de financiamento. O teto caiu de 90% para 80% do valor do imóvel no
Sistema de Amortização Constante (SAC) e de 80% para 50% nos imóveis usados
avaliados em até R$ 750 mil.
No início de agosto, o banco
voltou a restringir o acesso ao crédito imobiliário, proibindo que clientes com
um imóvel financiado com recursos da poupança financiem outro imóvel na mesma
modalidade. Segundo o banco, a mudança atingiu 2,4% dos financiamentos
disponíveis.