Correios vão aplicar plano
emergencial para entrega de correspondências
Funcionário dos Correios
(Arquivo/Agência Brasil)
A greve dos servidores dos
Correios atingiu ontem (17) cerca de 65% dos funcionários no Rio de Janeiro,
informou o presidente regional do Sindicato
dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect-RJ),
Ronaldo Martins.
De acordo com os Correios,
entretanto, 89,68% do efetivo no estado não aderiram à paralisação.
A entrega das encomendas pode
sofrer atrasos, porque a greve atinge principalmente a área de distribuição. No
Rio, do total de 5.249 carteiros que deveriam trabalhar hoje, 2.369 não
compareceram (45,13%), segundo os Correios. As agências estão abertas aos
serviços.
“Vamos continuar com a
paralisação e temos diversos atos marcados na cidade do Rio e na região
metropolitana", disse Martins. Ele informou que amanhã (18) haverá um ato
na Baixada Fluminense e segunda-feira (21), uma passeata em frente à sede dos
Correios, na Cidade Nova, no centro do Rio.
"Temos que lutar porque a
gestão atual dos Correios é muito ruim. Está há cinco anos e, nesse tempo, não
dialoga com os trabalhadores nem resolve os problemas deles, tanto com relação
ao salário quanto com relação à estrutura do trabalho.”
A assessoria dos Correios ainda
não tem um balanço dos efeitos da greve na entrega de encomendas, mas informou
que as agências funcionam normalmente. Atendentes de diversas agências no Rio
de Janeiro alertam os clientes que a entrega das encomendas pode sofrer atrasos
por causa da greve dos servidores dos Correios.
Em nota, os Correios informaram
que, nos locais afetados pela greve, a empresa aplicará o Plano de Continuidade
de Negócios. "O plano inclui ações como deslocamento de empregados entre
as unidades, apoio de pessoal administrativo e realização de horas extras. Caso
haja necessidade, a empresa também pode promover mutirões para entrega de
correspondências nos fins de semana".
Os trabalhadores decretaram greve
na noite de terça-feira (15) em diversas cidades e estados, que são
representados por sindicatos locais e regionais. Segundo os Correios, 19
sindicatos decretaram greve: Amazonas; Bahia; Ceará; Maranhão; Mato Grosso;
Pará; Paraíba; Piauí; Rio de Janeiro; Santa Catarina; Tocantins; Brasília (DF);
regiões metropolitanas de Belo Horizonte, de Porto Alegre e de São Paulo;
Bauru, Campinas, São José do Rio Preto e Vale do Paraíba, em São Paulo.
Entre as principais
reivindicações dos trabalhadores, estão a reposição da inflação, mais um
aumento de 10% de ganho real, a manutenção das condições do plano de saúde da
categoria, a realização de concurso público imediato e a contração de 1.500
trabalhadores.
Ontem (16), os Correios entraram
com ação de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), por falta
de acordo na negociação direta com os trabalhadores. Dessa forma, a empresa
retoma sua última proposta aos
funcionários, propondo um reajuste de 6% nos salários, sendo 3%
retroativos a agosto e 3% em janeiro de 2016, além de outros itens.
De acordo com a empresa, o
reajuste médio dos empregados dos Correios no período 2011-2014 foi de 36%,
para uma inflação de 27,3% no mesmo período. Segundo os Correios, além disso,
os carteiros recebem vale-alimentação e mais uma cesta básica de cerca de R$ 1
mil mensais, adicionais de atividade, plano de saúde, auxílios-creche e babá,
bolsas de estudo e vale-cultura.