Petrobras cortará 5 mil
terceirizados e investirá menos
"Não dá mais para cortar na
carne, agora é cortar no osso", resumiu um executivo da estatal, que pediu
para não ser identificado
Diante da queda do preço do
petróleo no mercado internacional, da alta do dólar, dos efeitos da Operação
Lava-Jato e da perda do grau de investimento pela Standard & Poor’s, a
Petrobras está refazendo as contas. A estatal pretende cortar terceirizados,
investir menos do que o previsto e vender mais ativos para fazer caixa. Uma das
metas é cortar 30% dos terceirizados ligados à área administrativa, o
equivalente a 5 mil pessoas.
Segundo um dos principais
executivos da estatal, a Petrobras já trabalha numa forte redução de
investimentos com um ajuste em seu Plano de Negócios 2015-2019 em razão da
piora do cenário.
Segundo informações do Extra, o
investimento em 2015 será inferior aos US$ 27 bilhões previstos no plano. Em
2016, ficará abaixo dos US$ 25 bilhões anunciados, informa o executivo da
estatal.
— Não dá mais para cortar na
carne, agora é cortar no osso — resumiu um executivo da estatal, que pediu para
não ser identificado.
Outra ação no horizonte da
empresa é a venda de 25% das ações da BR Distribuidora, iniciativa que foi
suspensa diante da piora do mercado.O conselho vai analisar de novo o assunto
na reunião do dia 30.
Além dessas medidas, a empresa
pretende reduzir em cerca de 30% o número de gerências, número que até o
momento apenas aumentou. Em nota, a Petrobras informou que “a otimização das
funções gerenciais se dará conforme o andamento do processo de reestruturação
da companhia”.
Desde 2014 até agora, a empresa
diminuiu drasticamente sua previsão de investimentos, se antes dos cortes
adicionais em estudo, a Petrobras já havia reduzido US$ 90 bilhões de sua
previsão para o período 2015-2019, agora a estimativa soma US$ 130,3 bilhões, o
menor nível desde 2008, quando o plano para cinco anos totalizava US$ 112,4
bilhões.
A Petrobras, segundo um dos
executivos, intensificará as buscas por um “investidor frio e profissional”,
que enxergue o momento do país como oportunidade de investimento a longo prazo.
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