Projeção de queda da economia este ano chega a 2,55%
A projeção de instituições financeiras para o encolhimento
da economia este ano passou pelo novo ajuste seguido. Desta vez, a estimativa
para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços
produzidos no país, passou de 2,44% para 2,55%. A expectativa de retração em
2016 também foi alterada: de 0,5% para 0,6%, na sexta piora consecutiva.
Essas estimativas são do boletim Focus, uma publicação
semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de
instituições financeiras para os principais indicadores da economia.
Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial
deve apresentar retração de 6,2%, este ano. Na semana passada, a projeção de
queda era 6%. Em 2016, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento
está cada vez menor: passou de 0,72% para 0,5%, no terceiro ajuste seguido.
Na previsão das instituições financeiras, a recessão da
economia vem acompanhada de inflação acima da meta, este ano. A meta é 4,5%,
com limite superior de 6,5%. A estimativa das instituições financeiras para o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi ajustada de
9,29% para 9,28%. Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação fique
abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta, em 5,64%. Na
semana passada, essa projeção estava em 5,58%. Esse foi o sexto aumento seguido
na projeção para inflação em 2016.
Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a
taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Depois desse ciclo de
alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no ínicio do mês, a
Selic foi mantida em 14,25% ao ano.
Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em
14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana
(desconsidera os extremos da estimativa) para o fim de 2016 segue em 12% ao
ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para
as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o
excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o
Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o
controle sobre a inflação.
Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram
suficientes para produzir os efeitos esperados na economia. O BC costuma dizer
que os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação
medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que
subiu de 7,75% para 7,77%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado
(IGP-M), a estimativa passou de 7,63% para 7,77%, em 2015. A estimativa para o
Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(IPC-Fipe) foi alterada de 9,33% para 9,30%, este ano.
A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano foi
ajustada de R$ 3,60 para R$ 3,70. Para o fim de 2016, a projeção passou de R$
3,70 para R$ 3,80.