Vídeo mostra prefeito de Ielmo Marinho tentando subornar aposentado
Testemunha grava Bruno Patriota entregando R$ 10 mil em suborno para encerrar pedido de cassação impetrado na Câmara Municipal
Por Allan Darlyson
Sexta-feira, 4 de setembro. O aposentado Luiz Carlos Bidú sai de casa para cumprir a missão dada pelo Ministério Público: gravar o prefeito de Ielmo Marinho, Bruno Patriota (PSD), oferecendo suborno para que ele retirasse as denúncias de irregularidades praticadas na gestão municipal feitas à Câmara de vereadores.
Preparado para gravar toda a conversa, o aposentado encontra o prefeito no Shopping Midwat Mall. De lá, após uma conversa preliminar no estacionamento, ele entra no carro dirigido pelo Prefeito – uma Amarok branca, placa OWE 8383 (de propriedade do pai do gestor) – para seguir rumo a Cartório situado na Av. Alexandrino de Alencar. O objetivo é de assinar uma declaração de “desistência” do processo de cassação contra o prefeito e reconhecer a firma.
No cartório, após horas de espera, Bidú autentica a declaração e reconhece firma no cartório. Em seguida, o prefeito e seu correligionário Luiz Oliveira levam a testemunha a escritório na Rua Souza Pinto, próximo ao Midway. Eles se encontram com o advogado Mário Teixeira, que pede a Luiz Carlos para gravar áudio confirmando o que estava escrito no documento recém-assinado.
A conversa toma vários contornos. Bruno patriota mostra nervosismo em quase todo o diálogo. Com uma espécie de chaveiro na mão, não para de girar o objeto. Ao ser questionado pela testemunha sobre os serviços oferecidos no Município, o prefeito promete facilitar o atendimento a ele. A conversa continua. Em alguns momentos, o gestor afastado esboça umas curtas gargalhadas.
Além do documento, Bruno e o advogado tentam ainda, sem sucesso, colher a declaração em áudio do aposentado de que ele havia sido induzido a iniciar o processo de cassação contra o gestor por pressão de vereadores da oposição.
Após a saída do advogado, o prefeito entrega R$10 mil, contados pelo seu correligionário na frente da testemunha e embalados num envelope amarelo. Bruno ainda sugeriu que Bidú coloque o valor dentro da bolsa ou da cueca. Ele também entrega mais R$ 100,00 para que o aposentado pegue um táxi. Eles então deixam o escritório e voltam ao Midway, onde o depoente é deixado para voltar à sua residência.
No entanto, Luiz Bidú se dirige ao MP, entrega o dinheiro, o documento falso e a gravação. Com o material, os promotores solicitam a abertura de investigação criminal à Justiça, que aprova a ação.
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