Justiça do Maranhão manda soltar “prefeita ostentação”
A Justiça Federal do Maranhão revogou nesta sexta-feira a
prisão preventiva de Lidiane Leite da Silva, prefeita afastada de Bom Jardim
(MA), suspeita de desviar cerca de 15 milhões de reais de verbas da Educação do
município.
Lidiane deve usar uma tornezeleira eletrônica e comparecer
uma vez por mês em juízo.
Após ficar 39 dias foragida, a "prefeita ostentação", como a jovem
de 25 anos ficou conhecida por exibir artigos de luxo nas redes sociais, se
entregou à polícia no final do mês passado.
Desde então, ela ficou presa em um alojamento do quartel do
Corpo de Bombeiros de São Luís (MA) - a "cela" tinha até ar
condicionado. O Ministério Público Federal entrou com uma ação para que a
ex-prefeita fosse transferida para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no
Maranhão.
A acusação
A denúncia feita pelo Ministério Público contra a prefeita
alega fraudes em licitações para compra de materiais de construção, mobiliário
e merenda para escolas no ano passado.
Em outubro, Lidiane reduziu os salários do professores da rede municipal
de ensino.
Entre as pessoas com 15 anos ou mais que vivem em Bom
Jardim, cerca de 32% não sabem ler ou escrever. A média no Brasil é 8,3%. No
grupo de pessoas com mais de 60 anos, quase 70% é analfabeta.
A ostentação
Sem qualquer vínculo com a política até 2012, Lidiane se
candidatou para comandar a prefeitura da cidade depois que o então namorado
Humberto Dantas dos Santos - conhecido como Beto Rocha - teve a sua candidatura impugnada pela Lei da
Ficha Limpa na chapa do PRB.
Aos 22 anos, ela foi eleita com a promessa de que serviria
ao parceiro na prefeitura, a quem designou como secretário de Assuntos
Políticos.
Desde então, Lidiane foi afastada três vezes do cargo
suspeita de envolvimento em casos de corrupção. Há relatos de que ela comandava
Bom Jardim por meio de um grupo no WhatsApp enquanto morava a 277 quilômetros
de distância na capital, São Luís.
No início do ano, ela rompeu o relacionamento com Rocha, que
pediu demissão do cargo. Ele é acusado de liderar o esquema de desvios de
recursos da Educação do município. No último dia 25, ele teve a prisão
preventiva revogada.