Manifestação pelo impeachment da presidenta ocupa parte da
Paulista
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Uma manifestação pelo impeachment da presidenta Dilma
Rousseff reuniu um grupo de pessoas na Avenida Paulista, região central da
cidade de São Paulo, no início da noite de hoje (18). Com cartazes e bonecos
infláveis que retratam o ex-presidente Lula, os manifestantes se concentraram
em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Eles aproveitavam os momentos
de semáforo fechado para ocupar a via, no sentido Rua da Consolação.
Segundo Paulo Batista, do Movimento 15 de Março, a saída da
presidenta é um desejo da maioria da população. “Nós representamos a voz da
maioria dos brasileiros que não quer mais a Dilma no poder. A população
brasileira está insatisfeita de tudo que acontece no nosso país”, disse em
referência às manobras fiscais do governo federal e à corrupção na Petrobras.
Para Batista, apesar de a manifestação não ter reunido muita
gente, a mobilização não perdeu força. “Antes, a manifestação era só na
Paulista e outras localidades pontuais. Hoje, é por todo o Brasil, estados e
municípios. E logo será em todos os bairros”.
A representante do movimento Endireita Brasil, Patrícia
Bueno, disse que a indignação do grupo é contra toda a corrupção, inclusive em
relação às denúncias que envolvem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ). “Nós estamos cansados dessa grande pizza, dessa grande
quadrilha que se apossou do Brasil. Não dá mais para nós pagarmos a conta. Para
nós, todos os bandidos têm que pagar por seus crimes”.
Na última quinta-feira (15), foi registrado no 4º Cartório
de Notas, na zona oeste da capital paulista, um pedido de impeachment assinado
pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Conceição Paschoal.
Segundo Reale, o pedido é um compilado de diversos textos apresentados
anteriormente, com acréscimo da rejeição das contas do governo referentes à
2014 pelo Tribunal de Contas da União [TCU]”.
No mesmo dia, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) novas acusações contra o
Eduardo Cunha. Em depoimento de delação premiada, o empresário Fernando Soares,
conhecido como Baiano, confirmou que Cunha recebeu US$ 5 milhões em um contrato
de navios-sonda da Petrobras.