Novo exame para Hepatite C será ofertado pelo SUS
Procedimento é indolor e não invasivo, quando comparado à
biópsia padrão de diagnóstico. O novo exame deverá estar disponível no SUS em
até 180 dias
Um novo exame para avaliar o grau de comprometimento do
fígado dos pacientes com hepatite C está sendo incorporado ao Sistema Único de
Saúde (SUS). A Elastografia Hepática Ultrassônica integra o novo Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C, publicado neste ano. A
portaria nº 47, que estabelece sua incorporação na rede pública de saúde, foi
publicada no Diário Oficial da União.
O exame irá facilitar o diagnóstico aos pacientes que irão
utilizar os novos medicamentos para o tratamento da hepatite C (sofosbuvir
daclatasvir e simeprevir), incorporados recentemente ao SUS. A Elastografia
Hepática Ultrassônica é segura, eficaz e efetiva para diagnóstico e definição
do estágio da fibrose hepática quando comparada à biópsia hepática – atual
padrão de diagnóstico - pois possui níveis de sensibilidade e especificidade
significativas, com a vantagem de ser um exame indolor e não invasivo.
“Essa incorporação é mais um importante avanço que tem como
objetivo ampliar e melhorar, cada vez mais, a assistência prestada aos
pacientes com hepatite C. Com esse exame e com os novos medicamentos, o sistema
público brasileiro passará a oferecer o que há de mais moderno no diagnóstico e
tratamento da doença”, informou o diretor do Departamento de Aids e Hepatites
Virais, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
A incorporação da Elastografia Hepática Ultrassônica foi
recomendada pela Comissão de Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias
(Conitec) conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C
crônica estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A previsão é que o novo exame
esteja disponível para os usuários do SUS em até 180 dias. Os softwares, que
serão instalados nos equipamentos de ultrassonografia já existentes na rede do
SUS, serão adquiridos pelo Ministério da Saúde.
Hepatite C – O SUS garante o acesso aos medicamentos de
combate à doença para todos os pacientes diagnosticados e com indicação de
tratamento medicamentoso. Vale ressaltar que nem todas as pessoas que
contraíram o vírus precisam ser medicadas, sendo uma recomendação estabelecida
por protocolo e avaliação médica. Em junho, o Ministério da Saúde anunciou que
o SUS passará a ofertar, ainda este ano, um dos tratamentos mais inovadores
disponíveis no mundo, composto pelos medicamentos daclatasvir, sofosbuvir e
simeprevir.
A nova terapia apresenta taxa de cura de 90%,
significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e
duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração da terapia
anterior. Outra vantagem é que todo o
tratamento é oral, proporcionando conforto ao paciente e maior adesão.
Em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram notificados
e confirmados 120 mil casos, e realizados mais de 100 mil tratamentos.
Atualmente são 10 mil casos notificados ao ano. Estima-se que a tipo C seja a
responsável por 350 e 700 mil mortes por ano no mundo. No Brasil, são
registrados cerca de três mil mortes por ano associadas à hepatite C. Segundo o
Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra 8.040 novos casos de
câncer de fígado ao ano. A doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes
em adultos.
Desde 2011, o país também distribui testes rápidos para a
hepatite C. Naquele ano, foram distribuídos 15 mil testes, já em 2014 o número
saltou para 1,4 milhão de testes.
Sem diagnóstico até 1993, a hepatite C é uma doença de
poucos sintomas. Como os exames disponíveis no SUS o diagnóstico poderá ser
feito facilmente. Além das transfusões de sangue, outras formas de transmissão
são o compartilhamento de objetos perfuro-cortantes de uso pessoal e de
seringas e agulhas para o uso de drogas.