Pílula da USP usada em tratamento contra o câncer divide
opiniões
Usada em tratamento contra o câncer, substância estudada
pela USP dividide opiniões entre especialistasMarcello Casal Jr. / Arquivo
Agência Brasil
Decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP)
trouxe à tona uma discussão envolvendo médicos, advogados e pacientes sobre o
uso da fosfoetanolamina sintética para o tratamento do câncer. O presidente do
TJSP, desembargador José Renato Nalini, liberou, no último dia 9, a entrega da
substância produzida no Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da
Universidade de São Paulo (USP), para os pacientes que solicitaram
judicialmente acesso à droga. A substância não tem registro na Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A fosfoetanolamina sintética foi estudada pelo professor
Gilberto Orivaldo Chierice, hoje aposentado, enquanto ele ainda era ligado ao
Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros da USP. Algumas pessoas
tiveram acesso às cápsulas contendo a substância, produzidas pelo professor,
que usaram como medicamento contra o câncer. O instituto disse, em nota, que a
produção da droga foi um “ato oriundo de decisão pessoal” de Chierice.
Em junho de 2014, a USP reforçou a proibição de produção de
qualquer tipo de substância que não tenha registro, caso das fosfoetanolamina
sintética. O instituto editou portaria determinando que “tais tipos de
substâncias só poderão ser produzidas e distribuídas pelos pesquisadores do
IQSC mediante a prévia apresentação das devidas licenças e dos registros
expedidos pelos órgãos competentes determinados na legislação [do Ministério da
Saúde e da Anvisa]”. De acordo com a instituição, desde a edição da medida, não
foram apresentados registros ou licenças que permitissem a produção das cápsulas
para uso como medicamento.