Currais Novos sairá do
colapso nos próximos dias em virtude das chuvas – afirma Caern
As últimas chuvas
registradas em diversas regiões do Estado, mesmo sem trazer mudanças imediatas
no abastecimento de água da maioria das cidades em colapso ou rodízio, podem
beneficiar algumas localidades, ainda neste mês de abril. É o caso de Jardim do
Seridó e Currais Novos, na região Seridó, que estão com o fornecimento de água
suspenso desde o ano passado e nos próximos 20 dias podem voltar a operar.
A Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte está monitorando a água bruta dos açudes
Zangarelhas e Dourado e espera nos próximos 20 dias, após a decantação das
partículas (turbidez) carreadas pela chuva, iniciar o tratamento e distribuição
do produto. Paralelo a isso a empresa vem adotando providências para adequar
equipamentos eletromecânicos que estavam parados e agora precisam de revisão e
limpeza.
A seca e a consequente
escassez de água nos mananciais paralisaram abastecimento em 17 cidades, sendo
14 no Alto Oeste e três no Seridó. Com o funcionamento dos sistemas Jardim do
Seridó e Currais Novos, permanecem 15 paralisados.
A partir de junho, quando a
Adutora Alto Oeste estiver funcionando, mais quatro cidades saem do colapso:
Antônio Martins, Frutuoso Gomes, João Dias e Martins. Restarão onze que podem
sair do colapso se as chuvas abastecerem os mananciais. De acordo com o
engenheiro da Caern, Anderson Araújo de Sousa, a nova adutora vai transportar
água de barragem Santa Cruz, em Apodi para atender também as cidades de Itaú,
Rodolfo Fernandes, Taboleiro Grande, Riacho da Cruz, Umarizal, Olho D’Água e
Lucrécia.
RODÍZIO
Já as 74 cidades que estão
sendo abastecidas através de rodízio, também serão reduzidas para 72. O açude
Mamão, em Equador, transbordou e o sistema já está operando normalmente. O
açude de Parelhas subiu o nível em três metros e 20 centímetros, suficiente
para atender a população urbana sem precisar rodízio. Permanecem ainda em
rodízio 19 no Alto Oeste, 17 no Seridó, 13 no Oeste, 12 na região Central e 11
no Agreste.
O aumento no volume de água
em alguns açudes do Estado, mesmo em pequena quantidade, contribuiu para
melhorar a distribuição do produto apesar da permanência do rodízio. É o que
vem constatando Anderson Araújo, engenheiro da Caern com atuação na região Alto
Oeste do Estado, que considera as recentes chuvas um impulso para melhorar a
distribuição de água. Ele cita exemplos como Riacho da Cruz (com água
suficiente para os próximos nove meses), Portalegre, Lucrécia e Equador, entre
outros, com melhorias no fornecimento do produto.
A cidade de São Miguel
permanece em colapso mas o açude Bonito que estava completamente vazio, recebeu
um metro de água, ainda insuficiente para iniciar qualquer serviço de captação.
O açude público de Encanto que não atende apenas a cidade com o mesmo nome, mas
abastece os carros-pipa que leva água para os prédios públicos em Pau dos
Ferros, está quase transbordando.
Na região Agreste do Estado,
os sistemas de Várzea, Santo Antônio, Passagem e Espírito Santo, tiveram
incremento na produção de água do rio Una, segundo dados do técnico da Caern,
Dídimo de Oliveira Dantas. Sobre a adutora Monsenhor Expedito que capta água na
lagoa do Bomfim, Dídimo informou que o aumento no volume de água em consequência
das chuvas, ainda é insuficiente para alterar o cronograma de abastecimento das
30 cidades e comunidades rurais.
Mesmo com a maior seca
registrada na história do Rio Grande do Norte nos últimos cem anos, a Caern
espera que as precipitações persistam e os açudes, rios e barragens, acumulem
água suficiente para recuperar o serviço de abastecimento à população do
Estado, gradativamente ainda em 2016.