Conselho de Ética quer
autorização de Moro para ouvir alvos da Lava Jato em processo contra Cunha
A cúpula do Conselho de
Ética na Câmara marcou audiência para a próxima terça-feira na Justiça Federal
do Paraná para pedir que o juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da
Operação Lava Jato em Curitiba, autorize o depoimento das testemunhas arroladas
no processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A reunião na capital paranaense será fechada.
Nesta semana, o relator do
processo disciplinar, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), apresentou seu plano de
trabalho para a fase de instrução do processo e pediu para que fossem ouvidos
como testemunhas de acusação o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Júlio
Camargo e Fernando Soares, o Fernando Baiano. Rogério também decidiu convidar o
ex-dirigente da BR Distribuidora João Augusto Henrique, Leonardo Meirelles,
laranja e sócio de Youssef, e o ex-gerente da área Internacional da Petrobras
Eduardo Musa. O colegiado não tem força de convocação, portanto as testemunhas
são livres para recusar o convite.
Além do relator, devem
participar da audiência com Moro o presidente do colegiado, José Carlos Araújo
(PR-BA), e o vice-presidente do Conselho, Sandro Alex (PPS-PR). Outros
conselheiros também podem integrar a comitiva, entre eles o deputado Júlio
Delgado (PSB-MG), adversário de Cunha na Casa. Delgado afirma que a colaboração
das testemunhas será importante para o andamento do processo contra o
peemedebista. "Depois das delações, as pessoas podem ter disposição para
falar. Então que elas colaborem", disse o deputado mineiro.
Os conselheiros vão pedir
para que Moro acelere a liberação das testemunhas. Alguns estão em prisão
domiciliar e outros seguem presos. "Queremos brevidade nisso. Podemos
ouvi-las em dois dias", afirmou Sandro Alex.
msn