Mais de 800 milhões de pessoas passam fome no mundo, diz
estudo
O Brasil é o 9º país com o maior número de pessoas com fome,
tem 15 milhões de crianças desnutridas
Por Estadão Conteúdo
“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros
casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.”
(Artigo XXV / Declaração Universal Dos Direitos Humanos)
Estatísticas da Fome
Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo, um bilhão de
pessoas passando fome, 30 mil crianças morrem de fome a cada dia, 15 milhões a
cada ano, um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso
no crescimento físico e intelectual, 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe
de água potável, 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e
encontram-se abaixo do peso. Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.
A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do
mundo. O Brasil é o 9º país com o maior número de pessoas com fome, tem 15
milhões de crianças desnutridas. 45% de suas crianças, menores de cinco anos
sofrem de anemia crônica.
O Brasil é o 5º país do mundo em extensão territorial,
ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos,
aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas
pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto,
serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.
Em 1987, no Brasil, quase 40% da população (50 milhões de
pessoas) vivia em extrema pobreza. Nos dias de hoje, um terço da população
ainda é mal nutrido, 9% das crianças morrem antes de completar um ano de vida e
37% do total são trabalhadores rurais sem-terras.
Enquanto o consumo diário médio de calorias no mundo
desenvolvido é de 3 315 calorias por habitante, no restante do globo o consume
médio é de 2.180 calorias diárias por habitante. Metade dos habitantes da Terra
ingere uma quantidade de alimentos inferior às suas necessidades básicas.
Cerca de um terço da população do mundo ingere 65% dos
alimentos produzidos. A quarta edição do Inquérito Mundial sobre Agricultura e
Alimentação, patrocinado pela ONU em 1974, concluiu: “Em termos mundiais, a
quantidade de alimentos disponíveis é suficiente para proporcionar a todos uma
dieta adequada”.
O aumento dos preços dos alimentos fez o número de famintos
no mundo crescer 40 milhões para 963 milhões de pessoas em 2008, ante o ano
passado, de acordo com dados preliminares divulgados hoje pela ONU para
Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
A entidade advertiu que a crise econômica mundial pode levar
ainda mais pessoas a essa condição. Levando em conta dados do US Census Bureau,
departamento de estatísticas do governo norte-americano, que contam a população
mundial em 7,2 bilhões de pessoas, o número de famintos representa 14,3% do
total.
Em 2007, no planeta havia 860 milhões de famintos; em
janeiro de 2009, 109 milhões mais. A metade da população africana subsahariana,
por citar um exemplo dessa África crucificada, mal vive na extrema pobreza. A
ladainha de violência e desgraças provocadas é interminável.
No Congo há 30 mil meninos-soldados dispostos a matar e a
morrer a troco de comida; 17% da floresta amazônica foram destruídos em cinco
anos, entre 2000 e 2005; o gasto da América Latina e do Caribe em defesa
cresceu um 91%, entre 2003 e 2008; uma dezena de empresas multinacionais
controla o mercado de semente em todo o mundo. Os Objetivos do Milênio se
evaporaram na retórica e em suas reuniões elitistas os países mais ricos dizem
covardemente que não podem fazer mais para reverter o quadro.
“Quase cem mil mortes diárias no planeta se devem à fome.
Dentre elas, 30 mil são de crianças com menos de cinco anos. Mais do que três
torres gêmeas por dia que se desmoronam em silêncio, sem que ninguém chore ou
construa monumentos”, declarou à swissinfo Carlos Alberto Libânio Christo, mais
conhecido como Frei Betto.
Essas são algumas das estatísticas da fome que o mundo se
acostumou a acompanhar de tempos em tempos. Todavia a fome segue matando de
maneira endêmica em muitas regiões do globo.
Um mundo livre da fome
Nós, do Planeta Voluntários buscamos um mundo sem fome e
desnutrição, um mundo no qual cada uma e todas as pessoas possam estar seguras
de receber a comida que necessitam para estar bem nutridas e saudáveis. Nossa
visão é a de um mundo que protege e trabalha para que haja assistência social e
dignidade humana para todas os povos.
Um mundo no qual cada criança pode crescer, aprender e
florescer, e desenvolver-se como membro ativo da sociedade.
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