Jucá será exonerado nesta terça-feira para reassumir mandato
no Senado
Apesar de o ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciar
que vai se licenciar da pasta para aguardar uma manifestação da
Procuradoria-geral da República (PGR) sobre a conversa que teve com o
ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, sobre a Operação Lava Jato, Jucá
será exonerado do cargo para reassumir o mandato no Senado e a portaria com a
exoneração será publicada nesta terça-feira (24).
Irritado, Jucá disse que pretende voltar ao Senado para
fazer “o enfrentamento” e evitar “babaquices” e manipulações da oposição, como
o PT. “Sou o presidente do PMDB, sou um dos construtores desse novo governo e
não quero, de forma nenhuma, deixar que qualquer manipulação mal intencionada
possa comprometer o governo. Portanto, enquanto o Ministério Público não se
manifestar, aguardo fora do ministério o posicionamento. Se ele se manifestar
que não há crime, que é o que acho, caberá ao presidente Michel Temer me
reconvidar ou não”, disse Jucá.
Jucá avaliou que seu afastamento do ministério não vai
prejudicar a aprovação da nova meta fiscal de R$ 170,5 bilhões. “A meta é uma
meta de governo, que foi feita por mim e pelo ministro [da Fazenda, Henrique]
Meirelles. É técnica, um dado de responsabilidade, e vamos aprovar a meta”.
Gravação
Romero Jucá voltou a negar que tenha cometido crime no
diálogo que teve o ex-presidente da Transpetro. “A sangria é de um modo geral,
sobre a questão política, econômica social. O governo estava sangrando, o país
estava sangrando. Portanto, essa questão é geral, eu tenho dito isso em diversas
entrevistas. Não se atenham a uma frase, se atenham ao contexto do que eu tenho
dito em entrevistas nas páginas amarelas da Veja, na Isto é, na Época, na Folha
de S.Paulo, no Roda Vida. Tenho debatido isso o tempo todo, não mudo um
milímetro do que eu tenho dito”, argumentou Jucá.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em conversa com Machado,
Jucá sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato. De acordo com o
jornal, Machado afirma estar preocupado por acreditar que ele seria alvo do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, devido a relação dele com a
cúpula do PMDB. Machado já foi citado por delatores da Lava Jato.
Em resposta a Machado, Jucá diz que a solução tem que ser
política. “Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar.
Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é
a política? Tem que resolver essa p... Tem que mudar o governo pra poder
estancar essa sangria”, disse Jucá, segundo a reportagem.