Ex-deputada suspeita de "articulação criminosa" é nomeada por Temer
Foto: Evaristo SA / AFP
Indicada pelo governo interino de Michel Temer (PMDB-SP) para a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) é apontada em investigação do Ministério Público Federal (MPF) como integrante de uma "articulação criminosa" para desviar R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares.
A nomeação da peemedebista, que é presidente nacional do PMDB Mulher e sugerida ao presidente em exercício pela bancada feminina na Câmara dos Deputados, foi feita nesta sexta-feira (3) e já publicada no Diário Oficial da União. Sua posse deverá ocorrer nos próximos dias.
Segundo um relatório da Procuradoria-Geral da República, a suspeita de envolvimento dela no esquema foi desmantelada pela Operação Voucher, em 2011. Na época, o nome de Fátima foi ligado a uma ONG fantasma que havia celebrado convênio com o Ministério do Turismo dois anos antes.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, o inquérito aberto em 2013 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi devolvido à Justiça Federal do Amapá no ano passado, depois que Fátima deixou de ser deputada. As investigações estão em andamento. Os sigilos fiscal, bancário e telefônico dela foram quebrados.
Nos autos, segundo o jornal, está o pedido de abertura de investigação feito em 30 de novembro de 2012 pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Segundo a investigação, Fátima indicou uma ONG fantasma chamada Ibrasi para receber R$ 4 milhões de suas emendas para promover o turismo no Amapá.
Quatro depoimentos a apontaram como beneficiária de parte do dinheiro. Segundo a PGR, "é razoável supor que o objeto inicial da celebração do convênio era o desvio e a apropriação dos R$ 4 milhões".
Com a polêmica, assessores presidenciais defendem que a peemedebista seja exonerada da pasta e, em seu lugar, seja nomeada Solange Jurema, presidente da secretariada nacional da mulheres do PSDB.