Juros do rotativo do cartão de crédito chegam ao recorde de
482,1% ao ano
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao
recorde de 482,1% ao ano, em novembro Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao
recorde de 482,1% ao ano, em novembro, informou hoje (23) o Banco Central (BC).
A taxa subiu 6,3 pontos percentuais em relação a outubro e foi a maior da série
histórica iniciada em março de 2011.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga
menos que o valor integral da fatura do cartão. Ontem, o governo anunciou a
limitação da permanência do cliente no rotativo do cartão de crédito por 30
dias. Essa medida ainda será implementada e poderá reduzir pela metade da taxa
de juros do cartão de crédito, a partir do fim do primeiro trimestre do ano que
vem, segundo previsão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse
que é preciso aguardar uma melhor definição das medidas para avaliar o feito na
redução dos juros. “A expectativa é que as medidas tragam maior racionalização
do uso do cartão de crédito e com isso redução de custos”, disse.
Acrescentou que, mesmo sem as medidas, atualmente é possível
fugir dos juros caros do rotativo, optando, por exemplo, pelo parcelamento do
saldo da fatura do cartão. Em novembro, os juros do crédito parcelado ficaram
em 155% ao ano. “O crédito rotativo é emergencial, por prazo curto, em algumas
situações que precisam de crédito imediato”, especificou.
Outra taxa de juros alta na pesquisa mensal do BC é a do
cheque especial, que chegou ao novo recorde de 330,7% ao ano. Essa é a maior
taxa da série histórica iniciada em julho de 1994. A taxa média de juros para
as famílias ficou estável em 73,6% ao ano, em novembro, comparada a outubro.
Inadimplência do crédito
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90
dias, para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para 6,1%. A taxa de
inadimplência das empresas caiu 0,2 ponto percentual para 5,4%. A taxa média de
juros cobrada das pessoas jurídicas caiu 0,5 ponto percentual para 29,9% ao
ano.
Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm
autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de
juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras
definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional,
rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas ficou
estável em 10,2% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,9 ponto percentual
para 11,1% ao ano. A inadimplência das famílias caiu de 0,1 ponto percentual
para 1,9% e das empresas permaneceu em 1,8%.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos
bancos subiu 0,3% de outubro para novembro, mas no ano registra queda de 3,6%.
No mês passado, o saldo ficou em R$ 3,104 trilhões. Esse saldo correspondeu a 49,5% de tudo o que
o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), em novembro ante o percentual de
49,7% registrado em outubro deste ano.
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