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MOVIMENTOS SOCIAIS DEBATEM PRIORIDADE PARA O MERCOSUL
25/03/2011

Representantes de movimentos sociais, entre eles a Contag, de universidades e do Governo Federal se reuniram nesta sexta-feira (25/3), No Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Brasília, para a 28ª Seção Nacional Brasileira da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf).

 O chefe da Assessoria Internacional e de Promoção Comercial do MDA e coordenador interno da Reaf Brasil, Guilherme Brady, abriu as discussões traçando um panorama das ações do governo federal desde 2002, com objetivo de concentrar esforços para a área social com foco na agricultura familiar no cenário nacional e internacional. Parte das políticas, inclusive, vem servindo de modelo para a agenda de cooperação com países fora do bloco econômico do Mercosul, como os países africanos. “Nosso trabalho  se baseia em ações que garantam a segurança alimentar nesses países, no programa de aquisição pública de produtos e o fortalecimento dos programas governamentais que já existem modo a colaborar para o aumento da produtividade”, disse.

 A educação como fator preponderante para a garantia de conhecimento e a maior inserção na sociedade também foi um dos temas levantados pelos presentes. O chefe de gabinete da reitoria da Universidade da Integração Latino America (Unila), professor Renato Martins aproveitou a oportunidade para  enfatizar que “a Reaf tem  um pioneirismo na participação social e diálogo, sendo um binômio importante ara os objetivos da universidade”.

 Ele apresentou a Unila como uma entidade diferenciada por trabalhar com público da faixa de fronteira entre países da América do Sul e que prioriza temas relacionados à realidade daquelas regiões. “Estamos, por exemplo, desenvolvendo um curso de graduação chamado Desenvolvimento Rural, Soberania e Segurança Alimentar para atender às demandas específicas da agricultura familiar”, disse.

 O professor completou que a idéia é formar um conselho regional Universidade-Sociedade para maior integração dos países de tríplice fronteira, com políticas específicas. Outra proposta é a organização de painéis com conferências e ciclos de debates entre especialistas e organizações sociais engajadas no bloco.

 “A Unila não tem um modelo pré-formatado de funcionamento. Precisa, inclusive, desse retorno da sociedade e dos movimentos para traçar parâmetros que atendam as reais necessidades do Mercosul”, complementou.

As iniciativas foram bem recebidas pelos representantes das entidades da sociedade civil. A vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da Contag, Alessandra Lunas, disse que a explanação do docente  foi extremamente  satisfatória e oportuna e sugeriu a participação dele na XV REAF, que ocorrerá entre 30 de maio a 3 de junho, no Paraguai.

“Temos muitas demandas, principalmente dos jovens, a respeito de uma educação mais consistente, voltada para as nossas preocupações como, por exemplo, a conquista de espaços no comércio exterior. E essa possibilidade de interagir com a Unila contribui para a concretização dos nosso pleitos”, avalia a sindicalista, que também é presidenta da Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (Coprofam).

“A educação o meio rural ainda não é prioridade entre os gestores, mas aos poucos vamos avançando. Um exemplo é o curso de Direito da Universidade Federal de Goiás para assentados da Reforma Agrária e Agricultores em que os alunos, antes de se formarem, já conseguem ajudar nas causas dos trabalhadores (as) rurais”, afirma o coordenador regional da Contag no Centro-Oeste, Elias D’Ângelo, que elogiou a iniciativa da Unila.

 O grupo também lembrou da candidatura do Brasil ao cargo da diretoria da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com a indicação de José Graziano, e aproveitou para parabenizar Alessandra Lunas

representação no conselho de segurança alimentar da FAO  pela subregião do Cone Sul. Essa representação foi conquistada após um longo processo de consulta e também de pressão por parte da sociedade civil junto ao Conselho Mundial de Segurança Alimentar (CSA).

Oportunidades - A 28ª Seção Nacional Brasileira da Reaf é o espaço coletivo de formulação de posições e definição das estratégias de atuação do Brasil para o fortalecimento de políticas públicas para a agricultura familiar no Mercosul.

Fonte: Agência Contag de Notícias – Danielle Santos