Conversa com a Presidenta - Coluna semanal da Presidenta Dilma Rousseff
Depois do programa Minha Casa Minha Vida, os financiamentos de imóveis usados estão demorando demais junto à Caixa. Alguns proprietários desistem da negociação. O que a senhora pode fazer para melhorar essa situação, ajudando assim, nós, corretores de imóveis? - Elaine de Oliveira, 50 anos, corretora de imóveis de Bauru (SP)
Presidenta Dilma – Graças à prioridade que o governo federal deu à habitação, o financiamento de imóveis cresceu 16 vezes nos últimos oito anos. Em 2002, a Caixa Econômica concedeu R$ 4,8 bilhões de financiamento em crédito imobiliário e, em 2010, chegou a R$ 77,8 bilhões, com a assinatura de 1,2 milhão de contratos. A evolução se deu tanto no segmento de imóveis novos quanto no de imóveis usados. A Caixa tem registrado, em média, a assinatura de 4.300 contratos por dia, número muito superior ao que os demais bancos registram em um mês inteiro. Esses financiamentos beneficiam milhares de famílias, que realizam o sonho da casa própria, e multiplicam os negócios do setor, incluindo a corretagem. Mas, ao mesmo tempo, causa um certo descompasso entre o volume da procura e a estrutura de atendimento disponível. Várias medidas estão em curso, inclusive a modernização de sistemas tecnológicos. Acreditamos que em breve será possível dotar todas as agências da Caixa Econômica de condições de pronto atendimento.
Pernambuco recebeu obras federais, mas mesmo assim não consegui uma vaga de emprego, ainda que estando inscrito na Agência do Trabalho. No seu governo serão criados cursos de profissionalização para capacitar as pessoas? - Silvano Silva de Lima, 42 anos, desempregado de Arcoverde (PE)
Presidenta Dilma – Silvano, desde o governo passado, estamos gerando um volume recorde de novos empregos e oferecendo capacitação para os trabalhadores. O índice de desemprego atualmente é um dos menores da história. E aí em Pernambuco, em breve você terá novas oportunidades de emprego. O Ministério do Trabalho e Emprego vai oferecer gratuitamente cursos de qualificação para os trabalhadores do estado, dentro do Plano Setorial de Qualificação (Planseq). A meta para este ano, em Pernambuco, é capacitar 6.180 trabalhadores, para atuarem na construção e obras das refinarias e dos estaleiros. Haverá também cursos para diversas funções nas indústrias de açúcar e de álcool. Para mais informações, procure uma agência do Sistema Nacional de Empregos (Sine) da sua região ou a Secretaria de Trabalho do Estado. Isso vale para todo o país. Outra opção é procurar uma escola técnica. Pernambuco contava, até 2002, com 8 escolas técnicas e, no governo passado, nós criamos mais 7 unidades. No total, elas ofertarão neste ano 18.175 vagas.
Várias vezes cancelei projetos da minha família, porque a sua realização acarretaria sacrifícios de outras necessidades. Como chefe dessa enorme família que é a população brasileira, a senhora não poderia evitar o desgaste da execução do projeto da Copa do Mundo, em 2014, e talvez a vergonha de expormos ao mundo o nosso despreparo? - Neire Lapa Claro, 76 anos, dona de casa de Santos (SP)
Presidenta Dilma – A preparação para um evento da magnitude de uma Copa do Mundo não é, obviamente, uma tarefa fácil. Mesmo assim, não tenho a menor dúvida de que o Brasil terá sucesso nessa empreitada. A Copa não é apenas despesa. O Mundial vai contribuir para o nosso projeto de desenvolvimento, gerando empregos e aumentando a renda do trabalhador. Estimamos que serão criados 330 mil novos empregos diretos e 400 mil temporários. O evento tornará o Brasil uma vitrine internacional – esperamos receber cerca de 600 mil turistas. No setor de infraestrutura, os investimentos chegarão a R$ 33 bilhões, com 68% de participação do governo federal. São recursos destinados à modernização e construção de aeroportos, portos, melhorias no transporte urbano, na segurança e na saúde. Os investimentos não servirão apenas ao evento. O legado da Copa estará presente no cotidiano de cada um dos brasileiros. Quanto às preocupações, lembro que durante a Copa das Confederações, realizada na África do Sul apenas um ano antes da Copa do Mundo, dizia-se que o país não conseguiria realizar as obras necessárias a tempo. No entanto, o Mundial foi considerado um sucesso.
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