Catadores pau-ferrenses comem lixo para sobreviver
Encravado na principal cidade da região do Alto Oeste, o lixão de Pau dos Ferros mantém pelo menos oito pessoas com instalação fixa no local.
Sem qualquer proteção, os catadores aguardam a chegada do primeiro caminhão a cada manhã para iniciar o trabalho de coleta dos lixos que serão encaminhados para a reciclagem.
"Eles vivem da venda do lixo que catam, com menos de R$ 150 por mês. Catam papelão, alumínio, garrafa pet e ferro velho", destaca o fotógrafo Franskin Leite, autor de um ensaio que denuncia o descaso com as famílias que vivem do lixo em Pau dos Ferros.
Segundo o fotógrafo, os catadores vivem no próprio local e trabalham sem qualquer proteção e para a alimentação consomem restos de comida retirados do próprio lixo.
"Conversei com um homem que mora lá há 8 anos. Ele disse que não contam com o apoio de ninguém. Trabalham sem botas ou qualquer proteção, mas eventualmente recebem alimentação de universitários e evangélicos, mesmo assim é muito difícil. Na maioria das vezes, eles comem comida estragada do próprio lixo", destaca.
Para o fotógrafo, o município deveria direcionar uma atenção especial para as famílias instaladas no local.
"A prefeitura tem investido muito na construção de praças, mas deveria olhar com mais humanismo para aquelas famílias", reforça.
REAÇÃO
Autor das denúncias, o fotógrafo Franskin Leite se disse surpreso com a reação do prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rego, que, ao apresentar defesa para as denúncias, tratou o denunciante como uma espécie de batedor de carteiras.
"Quando saí da prefeitura, mantive uma conversa franca. Ele me fez muitos elogios, disse que eu era uma pessoa honesta, competente e humilde e que ia me ajudar não como prefeito, mas como pessoa física. Ele me agradeceu pelo trabalho e agora vem me chamar de ladrão?", destaca.
Segundo o fotógrafo, a conversa mantida com Leonardo Rego foi presenciada pela vereadora Zélia Leite.
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