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terça-feira, junho 28, 2011

Produtor quer tentar fazer filme sobre Dilma sem dinheiro público

Capa do livro 'A primeira presidenta', de Helder Caldeira
RIO - Um longa-metragem sobre a vida da presidente Dilma Rousseff deve começar a ser exibido nos cinemas em dezembro do próximo ano. A história é baseada nas 160 páginas do livro "A primeira presidenta" - homônimo do filme -, do jornalista Helder Caldeira, em fatos recentes e em discursos da própria Dilma sobre sua vida particular. A produção e o roteiro são de Antonio de Assis, que comprou há pouco mais de duas semanas os direitos da obra. Na sexta-feira, a atriz Marieta Severo recebeu o convite para interpretar a presidente. No entanto, como o roteiro ainda não chegou em suas mãos, não houve uma resposta por parte dela. Assis diz que Marieta "provavelmente" participará da produção cinematográfica, que será dirigida por Leandro Neri. Sobre o financiamento do longa, não está descartada a captação de recursos públicos.
- Nós vamos tentar ao máximo fugir das leis de incentivo. Estamos tentando realizar (o filme) com investimento privado - disse Antonio de Assis, para depois reforçar:- Não está descartado (o financiamento público), mas o nosso objetivo é fazer um filme sem esse dinheiro.
Assis afirma que a história não pretende ser política, e deve mostrar apenas a vida de uma "mulher que passou por obstáculos" e chegou a um "cargo importante". O filme deve passar por quatro fases da vida de Dilma: a infância, a adolescência, a luta armada e a Presidência. Situações como a tragédia na Região Serrana no começo deste ano, o "Massacre de Realengo" - a presidente chorou em público diante da informação do assassinato de várias crianças - e a reação da bancada evangélica no Congresso ao kit anti-homofobia do Ministério da Educação também estarão representadas no longa.
Nós vamos tentar ao máximo fugir das leis de incentivo
Helder Caldeira, que supervisionou o roteiro do filme -em fase de ajustes finais - disse que Marieta foi a única atriz sondada e que ainda falta encontrar as atrizes que viverão Dilma nas outras três fases do filme.
Caldeira afirmou que seu livro não é uma biografia de Dilma, mas uma análise da vida pública da presidente nos últimos trinta anos em paralelo com os acontecimentos políticos no país. Por isso, uma pesquisa sobre a infância e a adolescência de Dilma foi feita pela produção do longa-metragem. No livro de Caldeira, por exemplo, não há detalhes sobre a atuação de Dilma na ditadura.
- Eu até coloquei (a atuação de Dilma no período militar) porque faz parte da trajetória dela, mas não entro em detalhes porque são os arquivos fechados - declarou o escritor, que preparou a publicação em seis dias, após duas semanas de pesquisas.
O escritor disse que em momento algum tentou entrar em contato com a presidente ou com pessoas próximas a ela para escrever o livro.
- Precisava ter toda liberdade para dizer o que eu penso - afirmou Caldeira, declarando em seguida que espera não precisar de recursos do governo para produzir o filme.

Fonte: O Globo

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