EMPREENDEDORISMO
As roupas que vestem o sertão
JOSÉ DE PAIVA -Da Redação
Juntos, os municípios de Rodolfo Fernandes, Taboleiro Grande e São Francisco do Oeste, no Alto Oeste potiguar, têm pouco mais de 10 mil habitantes, mas são responsáveis pela distribuição de mais de 200 mil peças de roupas para todo o Nordeste. As pequenas fábricas de roupas, na maioria lingerie, são oásis no meio do semiárido e responsáveis pela geração de dezenas de empregos em lugares onde a aposentadoria e o serviço público são as principais alternativas de renda.
A história desses empreendimentos surgiu no início da década de 90, entre os anos de 1991 e 1993, praticamente do mesmo jeito. O hábito de costurar em casa, herdado das mães, transformou-se em grande negócio ante a oportunidade que surgiu em cada uma das pequenas cidades e hoje em toda a região Nordeste.
O primeiro a aparecer no cenário oestano foi a confecção da família Porfírios. Márcia Alves Pereira costurava de encomenda em São Paulo (SP), na própria casa, quando resolveu voltar para São Francisco do Oeste. Trouxe três máquinas de costura e, com a ajuda das irmãs, iniciou uma produção. O marido Luzimar Porfírios, que na capital paulista trabalhava de garçom, passou a ser vendedor.
Em 1991, depois de conquistar a clientela da região e contar seis pessoas na produção, a empresa foi registrada. Luzimar assumiu o comando das negociações e, em pouco tempo, transformou a empresa da família numa das mais importantes fábricas de roupas do Oeste potiguar. Hoje, com 110 funcionários registrados e pelo menos outros 20 que prestam serviço por meio de uma facção têxtil, eles representam a maior fonte de renda privada na pequena cidade de menos de quatro mil habitantes.
Especializados na fabricação de camisas, shorts e roupas de dormir, todo dia mais de 1.000 peças são fabricadas e distribuídas em vários municípios do RN, Ceará, Paraíba e agora Bahia. Para Luzimar, gerar empregos é a sua maior realização. "Eu me sinto muito bem por poder gerar emprego para pessoas que, como eu, viviam da agricultura", disse.
Dona Márcia diz que talvez poderia ter conseguido montar uma fábrica de roupas em São Paulo, mas não com essa dimensão e importância. "Lá era muito mais difícil por conta da concorrência", completa.
O EMPREGO QUE DÁ CASAS
Recentemente, a empresa fez uma parceria com a Caixa Econômica Federal para construir casas para seus funcionários. Até agora, dez já ficaram prontas e começaram a ser financiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
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