A LIBERDADE GUIANDO O POVO.
O Romantismo surge entre os séculos XVIII e XIX associado aos movimentos nacionalistas europeus. Para os românticos o povo é simples, puro e exalta as tradições de sua região. Além de marcar uma época, foi de suma importância histórica no desenvolvimento da mentalidade européia em oposição às idéias iluministas. Os românticos consideravam a burguesia o oposto dos ideais humanos que buscavam: honestidade, humildade, repúdio as mentiras de uma sociedade mesquinha e hipócrita. O pintor francês Eugène Delacroix é considerado um dos mestres do Romantismo. Comovido com os acontecimentos políticos de 1830, Delacroix pinta uma obra que se tornou um marco “A Liberdade Guiando o Povo”. O cenário é montado em diversas classes sociais: melancólicos jovens barbudos, operários em mangas de camisa, tribunos do povo com os cabelos esvoaçantes, todos rodeando a Liberdade (representada por uma mulher) com sua bandeira tricolor.
Mais do que um quadro, é um panfleto político que exalta o idealismo democrático da revolução. É o verdadeiro manifesto de propaganda, cujo valor enquanto pintura reside na habilidade do artista no manejo com as cores. Delacroix nela se faz retratar: o jovem de cartola e arma na mão. Nesta obra podemos observar inspiração patriótica (Revolução Francesa) e literária (com a obra Os Miseráveis, de Victor Hugo). A Liberdade, única mulher do quadro, usa uma saia bege atada à cintura por duas voltas, um cinto vermelho folgado e uma camisa branca rasgada. Na sua mão esquerda traz um fuzil de infantaria com baioneta no cano. Na mão direita carrega a bandeira nascida com a Revolução Francesa (1789) que une as duas cores de Paris, o azul e o vermelho, e o branco da antiga monarquia, que foi convertendo-se no mundo inteiro no emblema da liberdade. No segundo plano uma barricada pouco elevada com um amontoado de tijolos e pedaços de madeira. Os personagens apresentam-se com forte realismo.
As pinceladas são rápidas e precisas, freqüentemente dispostas em curva, reforçam o aspecto sinuoso e turbulento da Liberdade. A certa distância a pincelada se funde no conjunto, mas proporciona ao quadro um toque que o degradê das cores não pode produzir. O modelado se esfuma por trás, para reforçar o efeito de profundidade. A Liberdade Guiando o Povo foi belamente representada no Carnaval 2009 pela Escola de Samba Grande Rio. Na alegoria percebe-se o bramido da população por uma França mais fraterna. Num primeiro momento foram representados conflitos, guilhotinas e guerras. Após veio a transformação, com a união do povo, num ambiente de paz e alegria, culminando com a declaração dos direitos do Homem e Cidadão, conquista dos franceses com a Revolução.
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