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sexta-feira, setembro 16, 2011

Vítimas ainda tentam resolver problema

Aposentados de Taboleiro Grande, vítimas de mais um "golpe do empréstimo" aplicado na região Oeste, ainda esperam que os bancos envolvidos cancelem as operações realizadas de forma enganosa. Diversas pessoas da cidade e de pelo menos outros dois municípios foram ludibriadas por três pessoas que garantiram um crédito de R$ 15 mil, para ser pago em parcelas anuais durante 15 anos, utilizando, para isso, o 13° salário. Só ao assinarem a papelada é que descobriram o golpe. Ao invés de R$ 15 mil, foram depositados apenas R$ 5 mil e com cobrança mensal.
Uma mulher identificada como "Damiana", da cidade de Caraúbas; Verônica Nunes da Silveira, de Pau dos Ferros, mas que morou em Taboleiro Grande; e um suposto vereador de Riacho da Cruz, do qual ninguém se lembra do nome, são apontados pelas vítimas como os praticantes do delito.
Uma senhora que pediu para não ser identificada disse que eles anunciaram que esse tipo de operação estava sendo patrocinado pelo Governo Federal, sendo parte a fundo-perdido. "Só podia ser, porque quando minha filha fez as contas, em 15 anos nós só pagaríamos a metade do empréstimo", contou.
Segundo essa mesma senhora, que como a maioria preserva o nome com medo de represálias, a conversa dos emprestadores era que os R$ 15 mil seriam depositados em três parcelas de R$ 5 mil. "Quando os R$ 5 mil entraram, Verônica ligou aqui em casa mandando a gente tirar logo o dinheiro, se não o INSS iria devolver", adiantou.
Foi consultando o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que muitos tiveram a certeza do golpe. "Lá, descobrimos que não existe esse empréstimo", disse uma das vítimas. Os agenciadores fizeram toda a operação em nome de um banco dito pelos moradores como "Copal", mas no INSS descobriram que o dinheiro tinha sido liberado pelo Banco Mercantil do Brasil.
A funcionária pública Dalvanira Moura desconfiou que a mãe tinha sido vítima de uma armação quando passou a ouvir boatos de pessoas de Riacho da Cruz que vinham reclamando que as outras parcelas não estavam saindo. Para evitar o prejuízo, pediu à mãe que não mexesse no dinheiro e procurou o banco para cancelar a operação. O problema é que, para isso, ela está tendo que vencer toda uma burocracia, inclusive, precisou registrar um boletim de ocorrência numa delegacia e, mesmo assim, está longe de solucionar o caso. "O pior é o dinheiro que já vou gastando para isso", disse.
Ela também reclamou que Verônica ligou recomendando que retirasse logo o dinheiro para que as outras duas parcelas caíssem na conta. "Hoje ela está posando de vítima, mas até um dia desses, estava dizendo que todo mundo que fez os empréstimos iria quebrar a cara quando o dinheiro todo entrasse", reclamou Dalvanira, se referindo às últimas ligações feitas por Verônica para os aposentados, dizendo também ter sido vítima dos outros dois envolvidos.
O agricultor Manoel Antônio de Bessa não teve a mesma paciência de Dalvanira. Ele fez o empréstimo para Kennedy Dantas, esposo de uma neta, que queria dar entrada em um carro. Ao saber do problema, quis cancelar a operação, mas quando soube da dificuldade burocrática, achou melhor assumir as parcelas mensais de R$ 163,50, em 60 meses.
Todos que devolveram o empréstimo terão, no mês que vem, a primeira parcela descontada, mas o banco Bradesco, único no município, garantiu que depois o dinheiro será devolvido; eles só não sabem quando.
Veja no Jornal de Fato de Mossoró/RN 

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