Ex-perseguidos fazem manifestação para pedir rapidez na
instalação da Comissão da Verdade
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Ativistas dos direitos humanos e ex-perseguidos políticos da
ditadura militar fizeram uma passeata no início da noite de hoje (27) na Avenida
Paulista, na região central da cidade. Após a caminhada, eles entregaram uma
carta no escritório da Presidência da República pedindo que a presidenta Dilma
Rousseff nomeie rapidamente os sete membros que integrarão a Comissão da
Verdade.
A lei que cria a comissão foi sancionada em novembro. Falta agora a nomeação
dos membros que serão responsáveis por investigar as violações de direitos
humanos ocorridas entre 1946 e 1988. A comissão terá dois anos para tomar
depoimentos e requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer os
abusos.
Membro do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, José Luiz Del
Roio, disse que a urgência é importante por causa da idade avançada das pessoas
que viveram o período ditatorial – entre 1964 e 1985. “Muitos de nós, que somos
testemunhas, a idade começa a ser muito avançada. O tempo está levando muitos de
nós. Nesse sentido, a presidenta precisa se apressar, caso contrário, não
existirão testemunhas”, ressaltou.
Amelinha Teles, que faz parte da Comissão de Familiares de Mortos e
Desaparecidos Políticos, disse que a principal preocupação é que não sejam
indicados militares para fazer parte da Comissão da Verdade. “Infelizmente, a
representação, tanto do Exército como das Forças Armadas, neste momento não tem
idoneidade, por não terem esclarecido os fatos, e por isso, não podem
participar”, declarou.
Outro ato para pressionar pela instalação da comissão está marcado para a
próxima quarta-feira (3), na Rua Tutóia, onde funcionou o Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). O
local é apontado como um dos principais centros de tortura durante o regime
militar.
dição: Aécio Amado
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