Agricultores familiares mostram produtos da sociobiodiversidade brasileira na Rio+20
PAA aumentou preço da castanha do Brasil e permite rentabilidade à produção sustentável / Foto: MDA
Plano nacional orienta produção justa e sustentável
A capacidade brasileira de aproveitar a sociobiodiversidade nacional para produzir de forma justa e sustentável estará representada na Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Os produtos das cooperativas apoiadas pelo Estado serão a atração da Praça da Sociobiodiversidade, no Aterro do Flamengo, entre 16 e 22 de junho, das 12h às 20h.
Desde 2006, essa construção de mercados sustentáveis se faz a partir do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB) coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Um dos exemplos de sucesso levado à Rio+20 é a Cooperacre, que reúne 33 cooperativas de 14 municípios do Acre e possui dois mil associados diretos, escoando mais de 80% da produção extrativista brasileira de castanha no Acre. “Se considerarmos também as famílias que não são associadas, a Cooperacre beneficia mais de quatro mil famílias”, diz Manoel Monteiro de Oliveira, responsável pela gestão administrativa da Central de Comercialização Extrativista do Acre, uma das expositoras.
Para Manoel, o apoio estatal à produção das cooperativas sustentáveis tem sido estruturante. Em 2004, a Cooperacre fez a primeira venda para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – e isso ajudou a equilibrar o preço da castanha, que em 2001 valia R$ 7 a lata de 10 Kg. Naquele ano, com os recursos do PAA, o valor quase dobrou e, na última safra, a lata chegou a R$ 27. A Central, que movimenta mais de R$ 35 milhões ao ano, também acessou a linha de agroindústria do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – . Nos últimos quatro anos, os investimentos somam R$ 15 milhões. “Todos os produtos têm relação direta com a preservação ambiental”, assegura Oliveira.
A mostra de produtos (dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica) comprova o potencial de gerar renda e ao mesmo tempo preservar, usando o conhecimento tradicional dos povos dessas regiões, de acordo com o secretário da Agricultura Familiar, Laudemir Müller. “Vai ser muito importante que o público da Rio+20 tenha contato direto, experimentando esses produtos e conversando com os agricultores”, avalia.
Praça - Na área de 540 metros quadrados estarão reunidos 23 empreendimentos de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e produtos do Talentos do Brasil (moda), programa que promove a junção da matéria-prima natural, retirada da biodiversidade brasileira de forma sustentável, com técnicas repassadas de geração a geração. As redes de articulação dos produtos que estarão na Rio+20 são: Rede Bodega de Produtos Sustentáveis da Caatinga, Central do Cerrado e Coopcerrado, Mercado Mata Atlântica, Cooperacre, além da Cooperúnica (Talentos do Brasil).
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