Justiça
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse hoje (4) que o
Ministério da Defesa vai repassar todas as informações que forem requisitadas à
pasta pela Comissão Nacional da Verdade. Essa foi a primeira reunião entre
Amorim e os integrantes da comissão, após convite do coordenador do grupo,
ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Foi uma boa ocasião para reiterar o compromisso do Ministério da Defesa em
colaborar com a Comissão da Verdade. Vamos facilitar todas as informações que
nos forem pedidas e que possam ajudar os trabalhos da comissão. Designei uma
pessoa, inclusive, para ficar em ligação permanente”, destacou o ministro.
De acordo com Amorim, todos os arquivos serão abertos para análise da
comissão, o que pode incluir ainda os arquivos dos centros de informações do
Exército (CIE), da Marinha (Cenimar) e da Aeronáutica (Cisa). "Não falamos sobre
isso. Falamos em termos gerais. Tudo estará aberto", disse.
Segundo o ministro Gilson Dipp, o Arquivo Nacional vai fazer um apanhado dos
documentos que ainda não foram analisados pela comissão. “Se é que tem alguma
coisa que não foi apresentada, certamente vamos pedir ao Ministério da Defesa
que nos apresente esses documentos ou preste essas informações”.
Além do encontro com Amorim, seis integrantes da comissão, com exceção da
psicanalista Maria Rita Kehl, também estiveram reunidos com o diretor do Arquivo
Nacional, Jaime Antunes da Silva.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada para apurar os casos de violações
aos direitos humanos ocorridos entre os anos de 1946 e 1988. A comissão, de
acordo com a lei que a criou, poderá analisar documentos apurados e depoimentos
obtidos pela Comissão de Mortos e Desaparecidos e pela Comissão de Anistia,
ambas em funcionamento desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Além dos sete integrantes, a comissão será composta por 14 auxiliares -
servidores de carreira de órgãos federais indicados para ocupar os chamados
cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS). As nomeações de cinco deles
já foram publicadas no Diário Oficial da União, assinadas por Beto
Ferreira Martins Vasconcelos, secretário executivo da Casa Civil, órgão da
Presidência da República a que compete fornecer o suporte técnico,
administrativo e financeiro necessários aos trabalhos da comissão.
Além do ministro Gilson Dipp, também foram indicados para integrar o
colegiado o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias; Rosa Maria Cardoso da
Cunha (advogada); Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República); Paulo
Sérgio Pinheiro (professor e diplomata); Maria Rita Kehl (psicanalista) e José
Cavalcante Filho.
Edição: Rivadavia Severo
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