Com discurso humano, vice-presidenta da Gâmbia alerta sobre os
riscos das armas e da violência no mundo
Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
Enviadas Especiais
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Rio de Janeiro – A vice-presidenta da Gâmbia (na África), Isatou Njie-Saidy, surpreendeu hoje (21) ao discursar na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Com uma voz pausada e tranquila, ela mudou o tom dos discursos ao defender o fim da violência e a busca pela paz no mundo. Segundo ela, as armas e seu poder de destruição levam o sonho do desenvolvimento sustentável a ser transformado em ilusão.
“A corrida louca para adquirir armas de destruição em massa torna o sonho do
desenvolvimento sustentável apenas uma ilusão”, ressaltou Njie-Saidy, usando os
trajes tradicionais africanos e um turbante. A maior parte da população do país
é muçulmana e as mulheres cobrem a cabeça. “É preciso ter vontade política ao
lado das superpotências”, disse. “Devemos adotar a arte da tolerância absoluta e
abandonar o espírito bélico”, completou.
De acordo com ela, a conferência deve servir também para advertir o mundo
sobre a necessidade de construir um planeta no qual os valores se sobreponham
aos interesses. O discurso de Njie-Saidy fugiu do tom adotado pela maior parte
dos líderes políticos ao destacar sentimentos e paz.
O presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, também fez um discurso com foco
no ser humano e na necessidade de mudanças de mentalidade para o desenvolvimento
sustentável. Porém, para ele, as ações só serão implementadas se houver um
esforço comum. “Temos de firmar parcerias, ter vontade política e lideranças
para promover [um mundo com] desenvolvimento sustentável”, disse.
De forma simpática, o presidente de Cabo Verde (país de língua portuguesa),
Jorge Carlos Fonseca, destacou as belezas do Brasil e a cultura brasileira
mencionando o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, o compositor Tom
Jobim e Pelé. Em seguida, ele elogiou os avanços obtidos nas negociações da
Rio+20 e apelou para que o mundo preste mais atenção nas mudanças climáticas que
acentuam os desastres naturais.
Edição: Lílian Beraldo
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