Saúde receberá R$ 994 bilhões em investimentos até 2014
Saúde
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou hoje (29)
investimentos de R$ 994 bilhões no setor de saúde até 2014. A prioridade será o
fortalecimento da pesquisa e da produção de medicamentos e equipamentos
médico-hospitalares no país, disse o ministro, durante seminário sobre saúde e
desenvolvimento.
“Nossa estimativa é que, com as margens de preferência [dadas a 80 itens
nacionais que poderão ser comprados com preços até 25% superiores aos dos
concorrentes intarnacionais], combinada à ampliação da capacidade de financiar a
renovação e melhoria dos equipamentos médico-hospitalares, podemos ter um
impacto positivo de reduzir em US$ 2 bilhões as importações desse tipo de
equipamento no país”, ressaltou o ministro.
De acordo com Padilha, o governo vai também estimular ainda a produção de
biotecnológicos, que representam aproximadamente 30% do orçamento da pasta da
Saúde, embora estejam presentes apenas em 5% das unidades de tratamento no
país.
Ele anunciou uma série de iniciativas para estimular a pesquisa, o
desenvolvimento tecnológico e a produção nacional, entre elas, nove novas
parcerias público-privadas para este ano, além das 34 já existentes, para a
produção de equipamentos, medicamentos e vacinas.
Em pouco mais de um ano, o poder de compra de medicamentos do governo cresceu
de 5,8% para 12,5% sobre o orçamento final (R$ 1,9 bilhão para R$ 7,7 bilhões).
O governo oferece 810 medicamentos gratuitos à população e a produção nacional
de medicamentos gerou economia de R$ 400 milhões para o ministério em 2011.
“Hoje a saúde mobiliza 8,8% do Produto Interno Bruto [PIB, soma de todos os
bens e serviços produzidos no país] ou R$ 364,58 bilhões. Isso é mais do que o
agronegócio ou o turismo conseguem mobilizar”, disse Padilha. Ele lembrou que
cerca de 90% do mercado de vacinas é movimentado pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) e que o setor emprega 10% da força de trabalho do país.
Outra estratégia para aumentar a demanda por produtos nacionais na área da
saúde é uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para oferecer aos estados e
municípios um nova linha de financiamento para compra de equipamentos com 60% de
componentes nacionais, que pretende dobrar o investimento direto em equipamentos
médico-hospitalares com conteúdo nacional.
“É mais um esforço para estimular a compra de equipamentos
médicos-hospitalares produzidos aqui, que têm um impacto muito importante na
economia, sobretudo, no setor privado brasileiro, e assim ajudar a reverter o
déficit de balança comercial que existe na compra de bens no nosso país”. O
ministro não divulgou o valor do financiamento ou uma previsão para o lançamento
da linha de crédito.
A perspectiva de crescimento da indústria da saúde é de 9,8% e o déficit da
economia da saúde gera cerca de US$ 10 bilhões por ano, sendo US$ 3,18 bilhões
somente em equipamentos, máquinas e materiais, segundo dados do ministério.
Edição: Nádia Franco
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