Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça,
Paulo Abrão, disse hoje (4), no seminário sobre a Operação Condor iniciado na
Câmara dos Deputados, que a sociedade precisa estar sempre vigilante e buscar
entender as causas e o funcionamento das ditaduras para evitar que momentos de
repressão da ordem democrática voltem a ocorrer. De acordo com Abrão, apesar do
atual momento de estabilidade, um eventual movimento internacional poderia
reacender o estigma da repressão.
Segundo ele, as ditaduras ocorridas na América Latina foram resultado, entre
outros aspectos, de um mundo em meio à Guerra Fria, que visava à desconstrução e
o extermínio dos movimentos de esquerda.
“As ditaduras no continente latino-americano são resultado do mesmo movimento
da Guerra Fria. Não partir dessa origem, é ignorar que o contexto internacional
condiciona o contexto nacional. Se hoje vivemos uma estabilidade democrática,
com alternância de poder de grupos distintos, o fato real é que
independentemente das nossas concepções internas, um movimento internacional
pode contaminar os Estados. Precisamos construir fortalezas para evitar que isso
ocorra novamente”, argumentou Abrão.
O Seminário Internacional sobre a Operação Condor debaterá até amanhã (5)
vários aspectos relativos à histórica operação político-militar ocorrida no
Brasil, na Argentina, no Paraguai, Uruguai e no Chile na década de 1960.
Articulada pelos governos militares do Brasil, da Argentina, do Chile,
Paraguai e do Uruguai, com o apoio do governo norte-americano, a Operação Condor
tinha como objetivo coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras e
eliminar líderes de esquerda instalados nos seis países do Cone Sul.
Durante o seminário, estão previstos debates com representantes de todos os
países envolvidos com a Operação Condor.
Edição: Carolina Pimentel
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