Agricultores poderão vender ovinos e caprinos para o governo
Medida beneficia pequeno produtor atingido pela seca
Para reduzir os danos causados pela estiagem, os pequenos criadores de municípios em estado de emergência no Nordeste e em partes de Minas Gerais e Espírito Santo poderão vender ovelhas e cabras para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – . A compra governamental foi autorizada por meio de resolução publicada na última terça-feira (21), no Diário Oficial da União, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O preço para o quilo de animal vivo é de R$ 6,65.
O investimento será de R$ 30 milhões para aquisição dos animais e cerca de R$ 11 milhões para operação. A estimativa é apoiar 10 mil famílias de pequenos criadores e cerca de 2 milhões de famílias com o consumo da carne.
Os prejuízos na produção rural por causa da seca no Nordeste, especialmente na criação de ovinos e caprinos por conta da escassez de alimentos e de água, têm provocado aumento na oferta de animais para abate. Inclusive, com descarte de matrizes por absoluta impossibilidade de alimentá-las adequadamente, seja pelo aumento de preços ou pela própria falta de insumos. Como resultado, os preços estão sendo pressionados para baixo, prejudicando os pequenos criadores que têm nessa atividade quase sua única fonte de renda.
Aquisição - A compra deverá obedecer ao limite máximo de 20 cabeças por agricultor familiar, que não pode ter mais de 50 cabeças de animais e que estejam preferencialmente inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. As aquisições poderão ser realizadas até o final deste ano.
O valor de referência para o quilo do animal vivo foi definido após pesquisa de mercado feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em conjunto com o governo de Pernambuco, estado que vai iniciar a operação. A compra do animal vivo será feita pela Conab, responsável pelo abate, congelamento e distribuição da carne. A coordenadora-geral de Aquisição e Distribuição de Alimentos do MDS, Ana Luiza Müller, explica que o agricultor familiar não tem infraestrutura para vender o animal abatido, transportar ou congelar a carne.
Essa medida vale para a região de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O órgão atende Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e, parcialmente, Espírito Santo e Minas Gerais.
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