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quarta-feira, outubro 31, 2012


Agricultores cobram liberação de crédito emergencial

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 às 00:00  / Por: Redação do Jornal Mossoroense 

Trabalhadores_fecharam_a_agencia

Cerca de 100 pequenos agricultores de Mossoró e região realizaram um protesto em frente à agência do Banco do Nordeste na cidade, durante o dia de ontem. Os manifestantes reivindicavam em virtude da demora na liberação dos recursos do crédito emergencial através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Estiagem para aqueles que sofrem com os efeitos da seca no Nordeste.
"Desde abril, a presidenta Dilma liberou um crédito emergencial para amenizar os efeitos da seca para os pequenos agricultores. No entanto, o pessoal dá entrada nos projetos e, de repente, mudam as regras e os processos voltam. Os agricultores estão precisando desse dinheiro com urgência, afinal de contas é um crédito emergencial. Como pode uma coisa que é emergencial demorar tanto para sair?", questiona José Arimateia, delegado sindical do Assentamento Vingt Rosado no Sindicato da Lavoura.
Segundo José Maria Júnior, diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), os agricultores haviam decidido se reunir no Sindicato da Lavoura para discutir a demora na liberação dos valores. Reunidos na entidade, os trabalhadores deliberaram ir à agência do Banco do Nordeste para pressionar e tentar sensibilizar a Superintendência do Banco para a contratação de mais funcionários para agilizar a liberação, além da diminuição da burocracia.
"A agência de Mossoró liberou somente 400 projetos de oito municípios, enquanto que outros 500 estão tramitando. Só Mossoró conta com mais de 6 mil pequenos agricultores que podem acessar o crédito emergencial. Em todo o Estado, estimamos que haja mais de 70 mil agricultores. Desse total, menos de 2% acessaram o crédito, sendo que a liberação vai ocorrer somente até o dia 20 de dezembro e já estamos praticamente em novembro. Então é necessário reduzir a burocracia porque por enquanto o pessoal está conseguindo comer, mas ninguém sabe até quando", comenta José Maria Júnior.
Em forma de protesto, os trabalhadores impediram a entrada de clientes na agência, o que acabou gerando tumulto no local. Uma viatura da polícia que passava em frente ao Banco do Nordeste decidiu parar para averiguar o que estava acontecendo, gerando apreensão em alguns agricultores. No entanto, a gerência dispensou a ajuda policial, pois já estava negociando com alguns representantes dos agricultores.
Acordo pôs fim à manifestação
Os representantes dos agricultores e a gerência do Banco do Nordeste entraram em acordo e conseguiram liberar o acesso dos clientes à agência. Segundo o presidente da Fetarn, Ambrósio Lins, na reunião, foi definido que os projetos que tramitam na agência serão revistos, além da tentativa de agilizar a análise dos processos.
Além disso, semanalmente, haverá o acompanhamento, por parte da cooperativa dos agricultores, Sindicato da Lavoura e Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater/RN), dos processos e suas pendências para resolução. No entanto, para Ambrósio Lins, o acordo não resolve os problemas.
"Nosso objetivo principal é conversar com a superintendência do Banco do Nordeste em Fortaleza e ir também a outras agências do estado para tentar liberar os processos que estão pendentes", afirma o presidente da Fetarn.
Para o gerente da agência Mossoró do Banco do Nordeste, Sartre Praxedes, o movimento era esperado diante da grande seca que atinge a região e das dificuldades dos agricultores. No entanto, segundo ele, o Banco está liberando os valores do crédito emergencial.
"Já foram liberados cerca de R$ 6 mi em 400 projetos. Estamos buscando agilizar os processos, mas a demanda é grande. Vale ressaltar que as regras não são estabelecidas pelo Banco do Nordeste, mas sim pelo Banco Central em acordo com o Governo Federal", afirma o gerente.

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