Confissão
faz Macarrão pegar 15 anos por sequestro e morte de Eliza
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(MG) - O ex-braço direito do goleiro Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o
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(MG) - O ex-braço direito do goleiro Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o
Macarrão, de 27 anos, foi condenado ontem a 15 anos de prisão pela morte e pelo
sequestro de Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Já a ex-namorada Fernanda de
Castro foi condenada a 5 anos por sequestro e cárcere privado. A juíza Marixa
Fabiane Lopes, em sua sentença, destacou que não há dúvidas do crime, que
apresenta "detalhes sórdidos, de impiedade e de perversidade". No
entanto, ela levou em consideração a confissão em plenário de Macarrão. Por
isso, aplicou a pena mínima para homicídio qualificado, de 12 anos, acrescida
de 3 anos pelo sequestro.
A
mãe de Eliza, Sonia Samudio, ajoelhou-se na frente do plenário no momento em
que a juíza anunciou a pena. E se disse "aliviada". Já o promotor
afirmou estar "feliz" com a sentença, mas ressaltou que não houve
vitória, uma vez que uma pessoa (Eliza) está morta. O advogado Lúcio Adolfo,
que representa o goleiro Bruno, estuda pedir a suspensão da juíza "por
tudo o que ela fez no processo". Os réus ainda podem recorrer da sentença.
Macarrão
está preso há 2 anos, 4 meses e 17 dias. Pela sentença de ontem, terá de
cumprir até 12 anos em reclusão. Já Fernanda ficará em liberdade. A juíza
destacou que a ré é primária e tem bons antecedentes.
À
tarde, durante a sustentação oral e os debates, o advogado Leonardo Diniz já
pedia uma "condenação justa" para Macarrão. E destacava que ele
apenas cumpria ordens de Bruno, de quem era amigo desde a adolescência e a
quem, de acordo com o advogado, "idolatrava" por ter alcançado o sonho
de infância de ambos, que era se tornar jogador de futebol. "Que seja
aplicada uma reprimenda. Mas que essa reprimenda seja justa, de acordo com sua
participação (no homicídio)", afirmou Diniz. "E que seja absolvido do
crime de ocultação de cadáver, porque não pode responder pelo corpo dela."
O
júri, formado por seis mulheres e um homem, só absolveu seu cliente pela
ocultação de cadáver. Com relação ao homicídio, o próprio réu assumiu, em
depoimento de mais de cinco horas no Tribunal do Júri, nesta semana, que a
jovem foi morta, mas alegou que não conhece o homem a quem entregou Eliza para
ser executada, a mando do goleiro, em 10 de junho de 2010. Segundo a juíza
Marixa, "a confissão foi fundamental para que o conselho de sentença
tivesse certeza da morte de Eliza".
Promotoria.
Depois de se manter tranquilo na maior parte dos cinco dias do julgamento, o
promotor Henry Wagner Vasconcelos, encarregado da acusação, foi incisivo em sua
apresentação oral. Vasconcelos classificou todos os acusados como "horda
de bandidos" e chamou de "facínora" o jogador, que acusa de ter
tramado o assassinato da ex-amante. O promotor afirmou que réus e testemunhas
mentiram na maior parte do tempo.
Vasconcelos
foi incisivo e não poupou os dois réus de ataques virulentos, criticando até
mesmo a confissão feita por Macarrão, que resultou na condenação menor.
O
promotor considerou "inteligentemente planejada" pela defesa do réu a
admissão de culpa nesse ponto. "O Ministério Público não precisava da
confissão. A verdade não veio da confissão. Pelo contrário."
Segundo
o promotor, o acusado confessou "não porque ele é bonzinho nem porque sua
defesa entende que ele deveria realizar um gesto de generosidade" com a
Justiça. "Justamente porque a prova é firme e não haveria como negá-la é
que o réu, orientado por sua defesa, dispôs-se a confessar. E a confessar a seu
modo, porque o réu floreia e oculta. Essa é a natureza de quem está com a corda
no pescoço", ressaltou Vasconcelos. "Ele não foi mero cumpridor de
tarefas. É um dos coarticuladores do crime."
Novo
julgamento. Após uma série de manobras de advogados, houve o desmembramento do
processo em relação a Bruno, ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos,
o Bola (suposto executor), e à ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do
Carmo. Foram julgados no Fórum de Contagem só o ex-braço direito do jogador e a
ex-namorada. Bruno e os demais só serão julgados a partir de 4 de março, ao
lado de Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Elenílson Vítor da Silva,
também acusados do sequestro e cárcere privado da criança de Eliza.
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