VIA PAGINA DA CONTAG
Quem
pensa que as atrocidades cometidas aos negros e negras é coisa de séculos
passados, devemos dizer que quando se trata do Maranhão, infelizmente é um
engano.
Ainda nesta semana, de acordo com informações
do boletim de ocorrência registrado na delegacia de Codó, o jagunço Raimundo
Monteiro, conhecido como “Raimundo da Chica”, e o tenente da Polícia Militar do
Estado do Maranhão “Moura”, a serviço do deputado estadual “Cesar Henrique
Santos Pires”, atual líder do Governo Roseana Sarney Murad, em um ato de pura
ilegalidade incendiaram duas casas de quilombolas, localizadas na Comunidade de
Santa Maria dos Moreiras, zona rural de Codó, a 300 km de São Luis.
O
ato de covardia aconteceu exatamente quando os(as) quilombolas realizavam a
Assembleia da comunidade. A ousadia dos criminosos foi tanta que eles chegaram
a anunciar aos moradores do quilombo o incêndio das casas ainda no dia 31 de
janeiro de 2013.
De
acordo com informações contidas no BO, a queimada das casas, tem como principal
objetivo intimidar, através do terror, as comunidades quilombolas (Santa Maria
dos Moreiras, Bom Jesus, Tamboril e Jerusalém), que buscam a libertação
territorial desde 1992. “As violências praticadas contra o quilombo de Santa
Maria dos Moreiras impressionam, em razão das intensidades, da participação
ativa de agentes públicos e da impunidade escancarada, que protege verdadeiros
criminosos”, denunciou a secretária de Política Agrária da FETAEMA, Maria Lúcia
Vieira, que acompanha o caso.
Histórico
do processo pela libertação territorial do quilombo
Desde
2006, tramita no INCRA do Maranhão processo de titulação do território.
Em
5 de junho de 2012, a comunidade foi invadida por vários homens encapuzados e
fortemente armados, que davam proteção ao trator do deputado Cesar Pires, que
tentava na ocasião, devastar as matas da comunidade.
Ainda
em setembro deste mesmo ano, o INCRA determinou a realização dos primeiros
estudos técnicos na comunidade quilombola. Neste mesmo mês, a delegacia Agrária
do Maranhão atestou que não havia ocorrência de conflitos no Território.
Devido
à morosidade do processo de Titulação da comunidade, a cada dia cresce os
violentos conflitos agrários na cidade de Codó. Como exemplo das atrocidades
contra os trabalhadores e trabalhadoras rurais no município, no início de
janeiro de 2013, jagunços criminosamente incendiaram a capela da Comunidade
Vergel.
Até
quando Maranhão?
FONTE:
Assessoria de Imprensa FETAEMA - Barack Fernandes
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