Henrique
Alves teve contracheque engordado 115 vezes
Responsável
por incluir na pauta o projeto que acaba com os salários extras dos
parlamentares, o presidente
Responsável
por incluir na pauta o projeto que acaba com os salários extras dos
parlamentares, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), é
justamente quem mais recebeu esse tipo de benefício: ao menos 115 vezes.
Exercendo seu 11º mandato, Alves está na Casa desde 1971 e ficou sem receber
apenas durante quatro anos, quando foi secretário de Governo e Projetos
Especiais no Rio Grande do Norte, de 1999 a 2003.
O
número de 115 salários é alcançado somando os benefícios pagos todos os anos
aos recebidos por trabalho em sessões extraordinárias, que eram pagos até 2006.
Quando Alves desfrutou do benefício pela primeira vez, a moeda em vigor no País
era o cruzado. Desde então houve cinco trocas de moeda até a chegada do real,
em 1994. Se os salários extras recebidos por ele fossem calculados pelo valor
atual dos vencimentos dos deputados, de R$ 26.723,13, o total recebido ao longo
desses anos superaria R$ 3 milhões.
Há
registros de decretos legislativos determinando o pagamento de benefícios
adicionais desde 1938. Esse primeiro extra, porém, era mais modesto e
representava menos de 20% do salário. Nestes 59 anos ocorreram mudanças de
valores e de quantidade de extras. Além do pagamento de salários no início e no
fim de cada ano de trabalho, os parlamentares receberam durante vários anos
benefícios por convocações extraordinárias nos meses de julho e janeiro. Quando
eram chamados a votar projetos nos meses de suas férias, os deputados recebiam
dois salários extras. No tempo em que Alves atua como deputado, isso ocorreu ao
menos 19 vezes.
Diante
da possibilidade de os deputados chegarem a receber até 19 salários ao ano,
quando havia convocações extraordinárias em janeiro e de julho, a pressão foi
crescendo e o número de benefícios reduzidos ao longo do tempo. Em 1990 decidiu-se
pelo não pagamento quando a convocação acontecia para o dia seguinte ao da
sessão ordinária. Em 2006 acabou-se com qualquer pagamento quando havia a
necessidade de trabalho em julho ou janeiro. A votação da Câmara hoje vai
terminar definitivamente com o benefício. Dos 513 deputados, 30 já abriram mão
do benefício. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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