DO PLANALTO
Oposição busca medidas para barrar ação em CPI
29.03.2014
Aliados se apoiam no precedente da CPI dos Bingos, em 2005, que acabou apelidada de CPI do “Fim do Mundo”
Brasília. A oposição vai apelar para recursos regimentais no Congresso ou até mesmo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a orientação dada pelo Palácio do Planalto de retaliar os pré-candidatos do PSDB, Aécio Neves, e do PSB, Eduardo Campos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Para o governo, tirar a presidente Dilma Rousseff (PT) do foco e neutralizar o envolvimento dela na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é a prioridade do momento.
Os aliados se apoiam no precedente da CPI dos Bingos, que em 2005 tinha como objetivo inicial apurar o jogo ilegal no País, mas com pressão oposicionista investigou até o assassinato do ex-prefeito de Santo André, que aconteceu em 2002, o petista Celso Daniel, e acabou sendo apelidada de CPI do “Fim do Mundo”.
Em resposta às tentativas do governo, a oposição avisa que não aceitará o que seria uma reedição da CPI do “Fim do Mundo”. A primeira investida é questionar no próprio Senado a ampliação do foco, podendo usar recursos em plenário e na Comissão de Constituição e Justiça. Em minoria na Casa, já esperando a derrota, outro caminho é recorrer ao Supremo.
“É uma manobra diversionista. Tenho certeza que a Mesa do Senado não vai abrigar algo que é apenas uma ameaça à oposição. Não pode desvirtuar, mudar o objeto à revelia daqueles que o propuseram”, afirmou o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP).
Para o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, é preciso aguardar os desdobramentos do debate sobre uma eventual ampliação do foco da CPI porque a “criatividade” dos parlamentares é grande. “Aí vale colocar tudo, qualquer investigação que envolva recursos federais”.