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segunda-feira, março 31, 2014

TEXTO DA PAGINA DA AGENCIA BRASIL: 31 DE MARÇO DE 2014

“Brasil, Ame-o ou Deixe-o”: regime divide sociedade com exílios e cassações:


Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira e Lílian Beraldo


O regime instaurado pelo golpe de 1964 desestruturou a produção no país em vários setores, com o exílio de cientistas, acadêmicos, artistas e políticos, sem contar as cassações, aposentadorias compulsórias, prisões, torturas e mortes. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, cerca de 50 mil pessoas tiveram a cidadania diretamente violada durante o período, marcado pela intolerância do lema criado pelo governo militar: “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Segundo o Relatório Projeto Brasil Nunca Mais, no último ano do governo de Ernesto Geisel, penúltimo presidente do ciclo militar, “já se computavam 10 mil exilados políticos, 4.682 cassados por diversos meios, milhares de cidadãos que passaram pelos cárceres políticos, centenas de mortos e desaparecidos, 245 estudantes expulsos da universidade por força do Decreto 477”. Considerado o AI-5 das universidades, o decreto viabilizou a punição de alunos, professores e servidores que incomodavam o regime.
Logo nos primeiros dias do golpe, o Ato Institucional 1 cassou os direitos políticos de 102 brasileiros, iniciando o que viria ser uma praxe do regime. O historiador e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Francisco Carlos Teixeira da Silva, destaca que, àquela época, havia uma “paranoia de se ver comunistas em todos os lugares”.
O que havia, segundo ele, eram pessoas que tinham uma concepção humanista e transformadora da sociedade ou, simplesmente, pessoas que incomodavam os outros. “Muita querela de trabalho, muita coisa que não tinha a ver com política foi envolvida nisso, como uma forma de acerto de contas”, destaca. Uma geração que lutava por mais democracia, direitos sociais e reformas foi excluída da vida nacional.


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