COLUNA PRA INICIO DE
CONVERSA: 03 DE MAIO DE 2014
01-.
No Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, campanha alerta para problemas no rio.
O
objetivo é alertar o Poder Público sobre a importância de revitalizar o rio e
focar em um planejamento a médio e longo prazo para o São Francisco
Por
Andreia Verdélio/Agência Brasil
No
Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
São Francisco promove nesta terça-feira (3) campanha para mobilizar a população
de várias cidades às margens do rio. O objetivo da campanha “Eu viro carranca
pra defender o Velho Chico” é alertar o Poder Público sobre a importância de
revitalizar o rio e focar em um planejamento a médio e longo prazo para o São
Francisco.
Para
o presidente da entidade, Anivaldo Miranda, “a campanha é urgente em uma época
de mudanças climáticas, quando temos que aprofundar, intensificar e organizar
melhor a gestão de recursos hídricos”.
Segundo
ele, uma das grandes batalhas enfrentadas pelo Rio São Francisco é demonstrar
para o Estado que sua revitalização deve ser vista como parte de um projeto
estratégico para o presente e o futuro. “A população não deixa de crescer, as
atividades econômicas se multiplicam, o clima torna essa região mais
problemática. Ou nós mudamos nossa cultura, ou nós vamos evidentemente observar
a intensificação dos conflitos.”
Miranda
aponta os vários projetos de uso de recursos hídricos da Bacia do São
Francisco, como o corredor multimodal, o projeto da transposição, a expansão
dos perímetros irrigados e os canais estaduais. “São projetos que o Poder
Público municipal, estadual e federal realiza sem se perguntar até onde vai à
capacidade da bacia para atender a todos. Para que os projetos se realizem,
precisa ter vazão garantida.”
O
presidente do comitê alerta também para a situação crítica que vive o rio pela
estiagem prolongada – há pior em 50 anos, agravada pela redução da vazão nos
reservatórios. Para Miranda, a situação é desafiadora. “Desde 2001, está sendo
praticada a redução de vazão para atender às hidrelétricas. Eles usam esse
recurso que tem um custo ambiental, social e econômico para os demais usuários
da água e as hidrelétricas não se manifestam sobre a devida compensação
financeira que devem fazer.”
Ele
cita também as outorgas dadas pelos estados em rios afluentes da bacia. “Muitos
estados ainda não fizeram um trabalho consistente de elaborar seus planos
diretores de bacia, mas estão dando outorgas. Fazer isso sem saber a condição
do aquífero é como dar um cheque em branco, e o sistema de outorgas é uma farra
de cheques em branco, então é preciso fazer essa revisão.”
O
presidente do comitê propõe a articulação do chamado Pacto das Águas, por meio
do qual se estabeleceria a gestão articulada dos recursos da bacia
hidrográfica.
Atualizado
em 3 de junho às 16:51