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quinta-feira, julho 24, 2014

MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE CEARA 24 DE JULHO DE 2014

COMPRA DE REFINARIA

TCU isenta Dilma sobre Pasadena 24.07.2014

O Tribunal condenou 11 diretores da Petrobras a devolver US$ 792 milhões (R$ 1,6 bilhão) por prejuízos à estatal

Brasília. Por unanimidade, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu seguir a opinião do ministro relator José Jorge sobre supostas irregularidades na aquisição da refinaria de Pasadena pela Petrobras. Com a decisão, o processo será convertido em tomada de contas especial (TCE), pode alterar valores, retirar dirigentes da estatal citados ou até incluir novos nomes. O TCU condenou 11 diretores da Petrobras a devolver US$ 792 milhões (R$ 1,6 bilhão) por prejuízos causados na aquisição da refinaria.

A decisão exclui, inicialmente, conselheiros da Petrobras que na época deram aval ao negócio - entre eles, a presidente Dilma Rousseff.

Diretores condenados

Um dos ministros do TCU, Benjamin Zymler, chegou a pedir vista do processo após a leitura do relatório do ministro José Jorge, responsável pelo processo. Mas quatro ministros, Marcos Bemquerer, Ana Arraes, Weder Oliveira e André Luiz de Carvalho, votaram a favor do relatório de José Jorge sem mesmo considerar possíveis opiniões divergentes que Zymler poderia ter.

Zymler acabou retirando seu pedido de vista, que pararia o processo. Ele alegou que precisaria de mais tempo para avaliar os custos de compra da refinaria. Mas os outros ministros afirmaram que possíveis diferenças de preços poderão ser resolvidas no processo que será iniciado agora para cobrar o prejuízo apurado.

A proposta do relator responsabiliza os integrantes da diretoria executiva, os diretores da área jurídica e os diretores da subsidiária Petrobras América por quatro irregularidades que causaram prejuízo à estatal.

Segundo o relator, no total, a empresa desembolsou R$ 1,25 bilhão para a compra da companhia, incorrendo nesses pagamentos em atos "ilegítimos" e baseados em "pressupostos flagrantemente inconsistentes".

"Não ignoro o fato de que aquisição de empresa é, por natureza, atividade que envolve risco (no caso de Pasadena). Não se pode falar apenas em mau negócio", afirmou o relator.

Preço alto

A maior irregularidade apontada, que causou prejuízo de US$ 580 milhões, foi a Petrobras avaliar a refinaria em US$ 766 milhões quando havia posicionamento de uma consultoria dos EUA apontava que Pasadena valia US$ 186 milhões. Outra irregularidade citada foi o pagamento de adiantamentos da Petrobras à sócia que, depois, não foram compensados.

O ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, e o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró, foram também responsabilizados pela assinatura de uma carta de compromisso com a Astra para a compra da outra metade da empresa por um valor maior do que valeria. Essa carta foi usada pela Astra para ganhar a ação contra a Petrobras, o que custou à estatal US$ 80 milhões a mais.

A quarta irregularidade apontada por técnicos e confirmada pelo relator foi a postergação do cumprimento da sentença da justiça dos EUA que condenou a Petrobras. Se a sentença tivesse sido cumprida em 2009, o prejuízo seria US$ 92,3 milhões a menos. A Petrobras só fechou um acordo com a Astra em 2012.


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