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segunda-feira, julho 21, 2014

NOTA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL- COMPLEMENTO ASSIM, CONQUISTA DO MOVIMENTO SINDICAL DOS TRABALHADORES RURAIS COM MUITO SUOR, LAGRIMA E SANGUE: PROVEM O CONTRARIO

Ilton, agricultor aposentado, e a filha Jucinara, lider dos jovens agricultores. Foto: Divulgação INSS/SC

Aos 66 anos, o agricultor aposentado Ilton Araldi gosta de repetir que antes da proteção social para o segurado especial um trabalhador do campo que adoecia precisava vender a vaca para comprar remédio, o que significava perder sua única fonte de renda. “Nosso passado foi muito triste, mas hoje temos um futuro no campo cheio de esperanças para nossos filhos”. A história de sucesso da família Araldi em torno da produção de grãos e leite no município catarinense de São Domingos é um exemplo muito comum da importância da Previdência Social para o desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil.

Dos 5.565 municípios brasileiros, 3.774 (ou dois terços das cidades brasileiras) recebem mais recursos da Previdência Social em benefícios do que do Fundo de Participação dos Municípios. Com 74,16% das suas cidades nessa situação, o Sul é a região do país mais marcada por esse sólido e silencioso trabalho de redistribuição de renda. “Em muitos municípios onde predomina a atividade rural, a aposentadoria do agricultor como segurado especial significa a principal fonte de renda das famílias”, afirma o Superintendente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na região Sul.

“Nosso passado foi muito triste, mas hoje temos um futuro no campo

cheio de esperanças para nosso filhos”, diz agricultor

A agricultura familiar é hoje um dos setores da economia que mais cresce na produção de alimentos, geração de riquezas e em distribuição de renda. Ela é também uma das principais atividades geradoras de trabalho e renda na América Latina e no Caribe, segundo relatório produzido em 2014 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Dentre os 31 milhões de benefícios previdenciários mantidos hoje no Brasil, 9 milhões se destinam aos trabalhadores rurais (entre aposentadorias por idade, pensões, licença-maternidade, auxílio-doença), que significam um investimento de R$ 6,5 bilhões. Em Santa Catarina, onde a desproporção entre a população do campo e da cidade é menos acentuada, entre 1,3 milhão de benefícios mantidos e R$ 1,3 bilhão de investimento total, R$ 228 milhões se destinam ao pagamento de 317 mil benefícios rurais.

Com a aposentadoria conquistada aos 60 anos e os investimentos no crédito agrícola , o senhor Ilton conseguiu prosperar no pequeno negócio de produção de grãos e leite, criar o filho e as quatro filhas e ainda evitar que as mais novas fossem buscar o seu futuro na cidade. Jucimara Meotti Araldi, de 29 anos, por exemplo, responsável pela ordenhadeira da família desde os 13, tornou-se uma grande líder para 1.200 agricultores familiares.

“Sabendo que podem ter uma renda para uma velhice tranquila, os jovens se estimulam a permanecer no campo”, afirma. Jucimara formou-se em Administração, mas não pensa em outra vida longe do campo. Os olhos verdes suavizam as rugas precoces quando ela fala dos seus sonhos: “Aqui eu quero casar e ter filhos, praticar agricultura orgânica e construir minha vida dentro da cultura que eu amo: a que aprendi com meus pais”. (Raquel Wandelli/ACS-SC) 

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