Governo
uruguaio nega asilo político a ativistas brasileiros
Douglas
Corrêa e Cristiane Ribeiro - Repórteres da Agência Brasil Edição: Denise
Griesinger
O
governo uruguaio negou pedido de asilo político aos ativistas Eloísa Samy
Santiago, David Paixão e a namorada dele, menor de idade, por meio do consulado
no Rio de Janeiro. Eloísa está com a prisão preventiva decretada pela Justiça
do Rio desde a última sexta-feira (18), acusada de atos de violência durante
manifestações que ocorreram na capital fluminense no ano passado. David Paixão,
que em junho do ano passado era menor de 18 anos, e também participava dos atos
e a namorada, buscaram asilo com medo de serem presos.
A
deputada estadual Janira Rocha (Psol), acompanhou a permanência dos três no
Consulado uruguaio durante o dia de ontem. Já à noite, segundo a assessoria da
parlamentar, a consulesa Myriam Fraschini Chalar informou que o pedido havia
sido negado pela Embaixada do Uruguai, em Brasília, e que eles deveriam deixar
a representação diplomática no Rio sob o risco de serem presos pela Polícia
Federal.
Os
três deixaram o prédio pela porta da frente e partiram em um carro preto com os
vidros escuros, sem falar com os jornalistas que buscavam informações. À tarde,
dois policiais civis tentaram entrar na sede do consulado, com o mandado
judicial de prisão em nome da advogada Eloísa Samy, mas foram impedidos pela
segurança consular.
De
acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, a advogada
Eloísa Samy juntou-se aos demais ativistas no exercício de sua atividade
“tendo, após, desvirtuado sua conduta e passado a participar ativamente dos
atos violentos, inclusive passando instruções aos ocasionais participantes,
tendo sido vista ordenando o início de atos de violência”. Ainda segundo a
denúncia, a advogada prestava apoio logístico aos ativistas e cedia sua
residência para reuniões.
Outras
22 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por participação em atos
violentos durante manifestações de junho do ano passado no Rio de Janeiro. O
juiz da 27ª Vara Criminal da Capital, Flávio Itabaiana, aceitou a denúncia e
determinou a prisão preventiva de todos. Cinco já estão presos e 18 são
considerados foragidos.