Onze
deputados do RN gastam R$ 34 mil de dinheiro público em restaurantes caros
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Um
novo levantamento feito através do Portal da Transparência da Assembleia
Legislativa aponta que 11 deputados estaduais do Rio Grande do Norte gastaram,
somente no primeiro semestre de 2014, R$ 34.019,12 de recursos públicos em 12
dos mais caros restaurantes da Grande Natal.
No
ano passado, o valor de verbas públicas gastas em igualmente 12 restaurantes de
“grife” foi de R$ 104 mil e incluía 13 dos 24 deputados da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte. No levantamento mais recente, que levou em
conta as despesas de janeiro a junho de 2014, os quatro que mais gastaram foram
José Adécio (R$ 10.445), Tomba Farias (R$ 7.594), Getúlio Rego (R$ 5.991) e
Agnelo Alves (R$ 5.080)
O
dinheiro para essas “refeições de gala” vieram da chamada “verba indenizatória
do exercício parlamentar”, dinheiro de todos os cidadãos que deveria auxiliar o
trabalho dos parlamentares, mas que pela falta de regras é gasto com almoços,
lanches ou jantares de centenas de reais ou até mais de mil reais em um único
dia.
Recordes
– O maior valor em uma única nota fiscal, dentre os 12 restaurantes escolhidos
para análise, foi de Tomba Farias no Fogo e Chama, em 5 de abril. O parlamentar
efetuou nesta data uma despesa de R$ 1.408,33. Getúlio Rego apresentou nota de
R$ 1.227,49 no Camarões do Sertão, do dia 1º de janeiro. José Adécio pediu
ressarcimento de R$ 1.002,87 despendidos em 8 de janeiro no Tábua de Carne.
Há
ainda gastos elevados em restaurantes que não fizeram parte do levantamento,
como foi o caso novamente de Tomba Farias, que apresentou despesas de R$ 5.233
na Peixada da Comadre, ao longo dos seis meses.
Paulistano
– O mesmo Tomba Farias, aliás, gastou R$ 287,48 em 5 de fevereiro, no Ocean
Blue, localizado na av. Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Já em Natal,
Agnelo Alves acumulou R$ 864,71 em despesas no Nemo Sushi, nesse primeiro
semestre. Partindo pra Mossoró, Larissa Rosado pagou R$ 852,25 no Candidu's,
somente no dia 30 de junho.
As
limitações do Portal da Transparência da Assembleia Legislativa não permitem
saber que tipo de refeição foi adquirida, para qual finalidade, ou mesmo
quantas pessoas se alimentaram à custa do dinheiro público. No entanto, os
altos valores demonstram que não apenas os detentores dos mandatos se
aproveitaram dessas “comilanças de alto padrão”, ressarcidas pelos impostos
pagos por todos os cidadãos.
2013
– No ano passado, o levantamento considerou 12 marcas de restaurantes da Grande
Natal e apontou gastos de R$ 104 mil. Os que registraram as maiores despesas
ressarcidas nesses estabelecimentos foram Fábio Dantas, Ezequiel Ferreira, José
Adécio, Tomba Farias e Agnelo Alves. Em três datas Fábio Dantas registrou
gastos de mais de R$ 1 mil no Coisas da Roça.
Ainda
em 2013, Antônio Jácome pediu ressarcimento de R$ 2.535 pagos no Mangai, no dia
29 de novembro; George Soares anotou despesa de R$ 1.628 no Sal e Brasa, no dia
16 de outubro; e Ezequiel Ferreira registrou o desembolso de R$ 1.359 em 9 de
maio, no Coisas da Roça.
Destaque
especial mereceu a nota apresentada pelo deputado Tomba Farias, no dia 25 de
julho, no valor de R$ 1.461,69, no D'amici Ristorante, localizado no Leme, na
capital do Rio de Janeiro.
Outros
gastos - O fato isolado de gastar mais com “alimentação” nesses restaurantes
não significa que este ou aquele deputado seja mais irresponsável que os demais
em relação ao uso do dinheiro público, visto que, pelo menos, essa despesa foi
registrada. Outras formas de má utilização das verbas, como a destinação para
ações que não atendem o interesse da população, sem falar nos possíveis casos
de improbidade, são certamente ainda mais danosas à sociedade.
No
mesmo sentido, o fato de não estarem presentes na lista de “clientes de
restaurantes caros que pagam a conta com o dinheiro do contribuinte” não exime
nenhum parlamentar, visto que alguns, que sequer aparecem neste levantamento,
são acusados de diversas outras irregularidades e ilegalidades. Porém, o mau
uso das verbas públicas em restaurantes e similares é a “imoralidade” mais
simples de ser comprovada, tendo em vista a exigência de inclusão das notas
fiscais nas prestações de contas mensais, muitas das quais já com o nome de
fantasia dos estabelecimentos.
Estabelecimentos
- As 12 marcas analisadas no levantamento do primeiro semestre (totalizando 18
estabelecimentos) foram Camarões (4 CNPJs), Fogo e Chama (2 CNPJs), Sal e
Brasa, Agaricus, Guinza, O Abade, Coisas da Roça, Mangai, Tábua de Carne (2
CNPJs), Cassol (2 CNPJs), Buongustaio e Lula Restaurante.
Confira
abaixo o detalhamento do dinheiro gasto pelos deputados:
José
Adécio – R$ 10.445,79
Camarões
- R$ 3.022,41
Lula
Restaurante - R$ 2.158,75
Tábua
de Carne - R$ 1.852,07
Coisas
da Roça - R$ 1.783,13
Fogo
e Chama - R$ 1.441,77
Sal
e Brasa - R$ 187,66
Tomba
Farias – R$ 7.594,16
Fogo
e Chama - R$ 3.845,10
O
Abade - R$ 1.273,19
Camarões
- R$ 1.117,65
Buongustaio
- R$ 795,57
Agaricus
- R$ 562,65
Getúlio
Rego – R$ 5.991,05
Camarões
- R$ 4.275,48
O
Abade - R$ 1.222,16
Mangai
- R$ 284,33
Guinza
- R$ 209,08
Agnelo
Alves – R$ 5.080,24
Tábua
de Carne - R$ 2.231,34
Camarões
- R$ 817,19
Cassol
- R$ 784,89
Mangai
- R$ 403,01
Agaricus
- R$ 330,55
Sal
e Brasa - R$ 287,43
Fogo
e Chama - R$ 225,83
Fábio
Dantas - R$ 1.566,16
Buongustaio
- R$ 612,15
Fogo
e Chama - R$ 293,59
Sal
e Brasa - R$ 224,73
Camarões
- R$ 196,25
Agaricus
- R$ 141,90
Mangai
- R$ 97,54
Kelps
Lima – R$ 984,61
Tábua
de Carne - R$ 984,61
Gustavo
Carvalho – R$ 882,53
Camarões
- R$ 779,35
Tábua
de Carne - R$ 103,18
George
Soares – R$ 857,42
Tábua
de Carne - R$ 413,60
Coisas
da Roça - R$ 268,70
Camarões
- R$ 175,12
Leonardo
Nogueira – R$ 408,50
Camarões
- R$ 408,50
Larissa
Rosado – R$ 105,48
Mangai
– R$ 82,12
Cassol
– R$ 23,36
Ezequiel
Ferreira – R$ 103,18
Sal
e Brasa - R$ 103,18
Confira
o texto que fala sobre o levantamento feito em relação a 2013 em
http://on.fb.me/1z9k1ES
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Lopes