Dilma
recebe propostas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais para a plataforma de
governo
FOTO:
César Ramos
01-.
Em evento realizado pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais nesta
quinta-feira (28), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (CONTAG), em Brasília, a candidata à reeleição pelo PT à
Presidência da República, Dilma Rousseff, recebeu da diretoria da CONTAG as
propostas do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais para o
Brasil seguir mudando. Esse documento traz 13 diretrizes para avançar no
desenvolvimento rural sustentável e solidário.
02-.
Dilma Rousseff foi recebida pelas Margaridas, que, de mãos dadas, fizeram uma
corrente para conduzi-la ao palco. “É com muito carinho que as margaridas aqui
presentes te recebem na nossa casa. As margaridas estão aqui com o rosto
pintado, revestidas com o compromisso com a reeleição da companheira”, afirmou
Alessandra Lunas, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais, que falou em
nome de todas as margaridas.
03-.A
dirigente aproveitou para destacar algumas políticas conquistadas para as
mulheres trabalhadoras rurais durante os governos Lula e Dilma. “Parece ser
fácil tirar identidade. Mas, no campo, é um desafio. E hoje mais de 1 milhão de
mulheres estão documentadas. Este é um passo fundamental para a cidadania da
mulher no campo. Comemoramos mais de 70% dos títulos do campo no nome das
mulheres. Estamos agora, inclusive, nas comemorações da entrega das unidades
móveis para o enfrentamento à violência no campo. Esperamos, em 2015, estar com
a companheira Dilma reeleita na Marcha das Margaridas”, encerrou Alessandra.
04-.O
presidente da CONTAG, Alberto Broch, destacou os 50 anos de lutas e conquistas
da CONTAG e sua importante participação nos principais momentos da agenda
nacional, pela redemocratização do país, e por melhores condições de vida e
trabalho para a população rural. “Quero dizer que as maiores conquistas que
tivemos no campo brasileiro foram nos últimos 12 anos, desse projeto em curso
no Brasil, capitaneado pelo presidente Lula e pela presidenta Dilma. Nos
orgulhamos das políticas públicas conquistadas, como o Pronaf, o PAA, o PNAE, o
Luz para Todos e o Água para Todos, dentre outros. Isso se deve a nossa luta,
mas também ao governo que tem compreensão política para nos receber”,
reconheceu.
05-.Broch
relembrou o processo de negociação do Grito da Terra Brasil desse ano.
“Antigamente, tínhamos que trancar estradas para tentar conseguir uma audiência
com a Presidência da República ou com algum ministério. No Grito da Terra 2014,
sob a orientação da presidenta Dilma, sentamos com mais de 15 ministros e ministras”,
explicou.
06-.Apesar
das conquistas, o presidente da CONTAG destacou alguns desafios ainda a serem
enfrentados no campo. “A dívida que o Estado brasileiro tem com o campo tem
mais de 500 anos, nem tudo está resolvido. Ainda temos trabalhadores e trabalhadoras
rurais sem acesso às políticas públicas, como a reforma agrária, que ainda não
têm seus direitos respeitados, e é por isso que estamos aqui depois de um longo
debate com nossas federações. Os trabalhadores e as trabalhadoras rurais, em
sua ampla maioria, tomaram sua decisão política, de forma autônoma e
independente de apoiar a sua reeleição. Os trabalhadores e as trabalhadoras
rurais tomaram essa decisão pelo projeto político que a senhora representa
nesse país, e é isso que conta. Agora, continuaremos a fazer o nosso papel,
mobilizando, fazendo nossos atos, batendo nas portas do Palácio, negociando com
a senhora, pois ainda temos muitos problemas no campo, e quem pode levar isso
para frente é o seu projeto.”
07-.Antes
de entregar o documento à candidata, Broch destacou as 13 diretrizes propostas
para a plataforma de governo: Reforma Agrária; Fortalecimento da Agricultura
Familiar e da Agroecologia; Meio Ambiente; Assalariamento Rural; Educação do
Campo; Saúde; Previdência Rural; Mulheres Trabalhadoras Rurais; Juventude
Rural; Terceira Idade; Participação Social e Fortalecimento da Democracia;
Desenvolvimento Territorial; e Fortalecimento das Estruturas do Estado.
08-.Após
a entrega do documento, foi feita uma mística com crianças da agricultura
familiar, que entregaram flores e sementes típicas da categoria.
Dilma
Rousseff iniciou sua fala cantando “Nas margaridas eu boto fé, pois são
mulheres que sabem o que quer” e destacou a força das margaridas e o empenho em
atender as demandas das trabalhadoras rurais. A candidata também ressaltou no
início do seu discurso que, no próximo mandato, fortalecerá o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Anater). “Nos últimos anos, no meu governo e do Lula, temos uma consciência de
que não construímos sozinhos as políticas para a agricultura familiar. Nós
construímos juntos. Não pensamos igual em todos os momentos, e nem em todos os
momento nós e vocês dissemos amém. Mas, com o diálogo sistemático, construímos
juntos e vocês foram protagonistas e parceiros. Vocês reivindicaram, lutaram e
fizeram acontecer. Muitas das iniciativas que tomamos surgiram dos processos de
discussão que ocorreram durante o Grito da Terra Brasil e a Marcha das
Margaridas. Por isso, me sinto muito alegre de estar com vocês hoje”,
reconheceu a candidata.
09-.Dilma
Rousseff aproveitou para apresentar as principais ações e conquistas para o
campo ao longo do seu mandato, como o incremento do crédito do Pronaf, o seguro
Garantia Safra, as compras governamentais, a habitação rural, entre outras.
As
políticas para a juventude rural também foram destacadas pela candidata. “O
Pronacampo tem que dar muitos passos para garantir mais acesso do jovem ao
ensino. Precisamos garantir um futuro onde o(a) jovem seja também uma pessoa
com uma formação capaz de garantir diversidade produtiva.” Dilma também citou
outras propostas para os próximos quatro anos, como o marco regulatório do cooperativismo
rural, a efetivação do Código Florestal e a reforma agrária. “Sobre reforma
agrária, sabemos que essa política não é perfeita, ainda temos muitas
dificuldades. Reafirmo o meu compromisso com a reforma agrária, mas não só com
a distribuição de terra. Essa distribuição é só a primeira parte do caminho.
Além da distribuição de terra, que tem que ser da melhor qualidade, com linhas
de créditos específicos, temos que garantir produção, cidadania e condições de
renda para o assentado.”
10-.O
ato contou com a presença de toda a Diretoria, assessoria e funcionários da
CONTAG, de dirigentes das Federações, Sindicatos, das cooperativas da
agricultura familiar, das mulheres trabalhadoras rurais, de lideranças de
movimentos sociais parceiros, de ministros de Estado e demais convidados(as).