Brasileiros e Brasileiras, amigos e amigas, companheiros e companheiras de luta do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), o Brasil passa por um grande momento que é o das Eleições.
Muitas pessoas declararam que perderam a esperança nas eleições. Mas, nós da CONTAG, queremos afirmar que não é preciso perder a esperança porque com as eleições temos a possibilidade e o poder de tomar as decisões corretas para o rumo que o nosso país precisa continuar trilhando.
É impossível que a CONTAG, nos seus 50 anos de luta, história e de militância política, deixe de dialogar diretamente com as eleições do nosso país. É impossível desconectar um processo de formação, discussão, construção e negociação da pauta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais na agricultura familiar e assalariamento rural do processo eleitoral, com pessoas que efetivamente podem e devem representar, da melhor maneira possível, os interesses da classe trabalhadora brasileira, sobretudo a do campo.
Nós tivemos muitos anos de penúria e de lutas. Até para negociar as nossas pautas tivemos que trancar, por várias vezes, as rodovias e órgãos públicos.
Já nos últimos 12 anos, passamos por momentos de profundas transformações na sociedade brasileira e, em especial, no campo. Avançamos em muitas conquistas, como no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no Programa Luz para Todos, no PAC 2 com a garantia de equipamentos mecânicos para os munícipios direcionados para a agricultura familiar, por exemplo. Avançamos para um governo e um Estado democrático e popular de direito onde a sociedade tem vez e tem voz, onde o princípio é o povo para gerar desenvolvimento com envolvimento das pessoas, e girar a economia brasileira. Avançamos no sentido de garantir a participação popular do conjunto dos movimentos sociais, em especial da CONTAG, nas tomadas de decisão sobre as políticas públicas e sociais. Avançamos, sobretudo, no exercício político da cidadania dos nossos agricultores e agricultoras familiares e camponeses do nosso Brasil.
Portanto, não podemos aceitar, de forma alguma, o retrocesso. Não defendemos um projeto que tenha arrocho salarial e que retrocede a participação social. Defendemos um projeto político que tenha como eixo central a sociedade para o desenvolvimento do nosso país, que está totalmente articulado aos pilares do nosso Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), que são a realização de uma ampla e massiva reforma agrária, o fortalecimento da agricultura familiar e a garantia e extensão dos direitos para os assalariados e assalariadas rurais.
Nós sabemos que este governo, que há 12 anos governa o Brasil, ainda tem muito mais a fazer, como a Reforma Política democrática, por exemplo. Que ele ainda tem uma dívida social com o povo brasileiro. Mas, é preciso reconhecer que essa dívida é resultado de um passivo histórico dos governos anteriores. Então, nós acreditamos que é preciso continuar nas ruas no campo, na floresta e nas águas, até o dia 26 de outubro, próximo domingo, até às 17 horas, disputando voto a voto, não simplesmente por uma disputa pelo poder, pelas eleições. Mas, sim, porque temos a clareza e a convicção sobre qual é o projeto político que nós queremos, quais os projetos que estão em disputa nesse país. E reafirmo, veementemente, o papel e a importância do movimento sindical nesse processo.
E, sobretudo, nessa reta final do 2º turno, quero agradecer à militância política do nosso MSTTR (CONTAG, FETAGs e STTRs) e de todos os movimentos sociais do campo e da cidade, além de alguns partidos políticos que acreditam que o Brasil pode continuar mudando e para melhor. O 2º turno, para nós, demonstra a importância que cada um de nós temos nesse processo para continuar com mais mudança e mais futuro.
Pedimos o voto para a companheira Dilma Rousseff para presidenta porque entendemos que ela representa todos os avanços que nós conquistamos para as populações do campo e da cidade, bem como representa o rompimento de um padrão patriarcal e machista do nosso país e do mundo que é romper com a discriminação e a violência contra as mulheres, e afirmar que as companheiras podem e podem mais quando nós, homens, conscientes e de coração valente estamos juntos para continuar as transformações que o nosso Brasil precisa.
Vamos às ruas do campo, da floresta e das águas pedir votos e, no domingo, dia 26 de outubro, vamos às urnas e apertar o 13 e confirmar, porque necessitamos dessa continuidade para termos um país mais justo, solidário e democrático.