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quinta-feira, outubro 23, 2014

TEXTO DA PAGINA DA CONTAG 23/10/2014

Bancada ruralista será maior a partir de 2015 
Descrição: http://www.contag.org.br/img/sep.gif

A Assessoria Legislativa da CONTAG adotou como metodologia o cruzamento de dados por meio de consulta dos sites da Câmara os Deputados, Senado Federal, Excelências e TSE, declaração de bens à Justiça Eleitoral e prestação de contas de doações parciais às campanhas. O método pode falhar em relação aos candidatos novos, mas esta análise antevê que a renovação, no sentido literal, do Congresso Nacional será pequena se considerarmos que alguns eleitos já passaram pelas duas casas legislativas e outros são familiares de políticos que serão sucessores das ideologias.

Na Câmara dos Deputados serão 198 novos deputados e outros 25 que não participaram da legislatura anterior, mas já tiveram mandato em algum momento. Esses 223 deputados correspondem a uma renovação de 43,5%.  Portanto, a eleição manteve a substituição histórica de renovação entre 40% e 50%. PT, PMDB e PSDB serão os maiores partidos, nesta ordem,  com mais de 50 deputados. Dos três somente PSDB cresceu. PT perdeu 18 deputados, PMDB perdeu 05 deputados e PSDB ganhou 10.  Já a renovação de 1/3 do Senado Federal também mantém PMDB, PT e PSDB, nesta ordem, como as maiores bancadas da Casa.

Dos eleitos 80% têm formação em nível superior (411) e 1% (05) terminou o ensino fundamental. O cruzamento de dados indica a mesma posição sinalizada por cientistas políticos: o novo Congresso Nacional será mais conservador. A bancada religiosa cresceu 14%, passou de 70 para 80 parlamentares. Dos 513 eleitos, 20 são ligados à área da segurança. Entre eles, há policiais, majores, cabos, militar da reserva, delegado da Polícia Federal e apresentador de programa policial.

A Frente Parlamentar Agropecuária, conhecida como bancada ruralista, estará maior. A pesquisa indica 255 parlamentares entre senadores e deputados federais que, de alguma forma, apoiarão a orientação do voto da bancada, independente de partido, exatamente como ocorre na legislatura atual.  Neste grupo, 59 eleitos não estavam na legislatura passada.

Dos 255, cinco parlamentares receberam doações na declaração parcial entre r$ 2 milhões e r$ 3,5 milhões; 31 candidatos receberam entre r$ 1 milhão e r$ 1,9 milhão; 49 receberam entre r$ 500 mil e r$ 900 mil. A soma das doações foi de r$ 230.293.243,24. Os principais doadores pessoa jurídica foram a Friboi, Construtora OAS, COSAN Lubrificantes e Especialidades, Brasken, Odebrech, Ambev, Copersucar,  UTC Engenharia, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração e Itaú Unibanco. Destaca-se também doações de pessoas físicas acima de r$ 100 mil que são empresários rurais e da indústria da alimentação.

Merece consideração para análise do cenário o fato de PT, PMDB e PSDB permanecerem os maiores partidos o que pode garantir que o debate político permaneça o mesmo da atual legislatura, garantindo que temas como união civil homossexual e redução da maioridade penal continuem com o mesmo embate. Infelizmente o mesmo não se pode afirmar em relação a temas que envolvam agricultura familiar, reforma agrária e trabalho rural assalariado.

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