Carcereiro de centro de tortura do regime militar é identificado e detido no Ceará.
Depois de passar mais de quatro décadas escondido sob a alcunha de “Camarão”, o carcereiro da Casa da Morte de Petrópolis, um dos mais bárbaros centros de tortura do regime militar brasileiro, finalmente ganha nome. “Camarão” é o soldado reformado do Exército Antônio Waneir Pinheiro Lima, de 71 anos. No fim de semana, ele foi localizado no interior do Ceará, onde estava escondido, após dois meses de buscas patrocinadas pelo “Justiça de Transição”, grupo de trabalho do Ministério Público Federal responsável pela investigação dos crimes praticados nos porões da ditadura (1964-1985). Conduzido à força para a Polícia Federal em Fortaleza, ele reconheceu ter atuado como “vigia da casa”, mas disse desconhecer o que se passava dentro do imóvel.
Em agosto, ao saber que estava na mira de jornalistas, do Ministério Público Federal e da Comissão Estadual da Verdade, abandonou a casa em que morava em Araruama. Ele foi localizado pela PF em Tauá (CE) e levado a Fortaleza no fim de semana. Depois de depor, foi liberado.