Transferência
de renda amplia participação em orçamento de famílias mais pobres.
Vitor
Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas
Entre
2004 e 2013, a renda do trabalho diminuiu sua participação no orçamento das
famílias mais pobres – que ganham até um quarto do salário mínimo – de 73,6%
para 57%. Ao mesmo tempo, as outras fontes de custeio familiar cresceram de
20,3% em 2004 para 37,5% em 2013. Os dados são da Síntese de Indicadores
Sociais, divulgada hoje (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
“Essas
famílias mais pobres passaram a contar com esse tipo de rendimento, então eles
cresceram de importância no âmbito do orçamento familiar. Mas isso não quer
dizer que teve um impacto disso sobre o nível de ocupação das pessoas nessa
faixa de renda, que pouco se alterou”, disse Barbara.
Cerca
de 700 famílias ocupam desde a última semana uma área abandonada há vários
anos, em Santa Luzia, São Gonçalo, região metropolitana do Rio (Tomaz
Silva/Agência Brasil)
Programas
como o Bolsa Família garantem que os mais carentese tenham renda Tomaz
Silva/Agência Brasil
Ela
explica que os programas de transferência de renda não substituem o rendimento
do trabalho, mas são uma garantia para as famílias mais pobres. “Essas famílias
têm uma característica de inserção precária no mercado de trabalho. Elas entram
e saem do mercado de trabalho o tempo todo. Com a transferência de renda
governamental, elas passam a contar com uma renda complementar. Você previne
que essas pessoas tenham uma renda mesmo em caso de desemprego e possam recusar
trabalhos degradantes.”
A
pesquisa mostrou que, de 2004 a 2013, o Índice de Gini, que mede a desigualdade
social de um país, caiu de 0,555 para 0,501. A maior queda ocorreu de 2004 a
2011, quando o indicador chegou a 0,506. Quanto mais próximo de zero, menos
desigual é uma sociedade.
De
acordo com o levantamento, a participação dos 10% mais ricos na renda nacional
caiu de 45,8% em 2004 para 41,7% em 2013. Ao mesmo tempo, a participação dos
40% mais pobres subiu de 9,4% para 11,6%.