Presidente recebe base aliada hoje
01.12.2014
Encontro com líderes de partidos que apoiam Dilma ocorre em semana decisiva de votação no Congresso
São Paulo. A presidente Dilma Rousseff vai ter uma reunião com líderes da base aliada da Câmara e do Senado hoje. O encontro acontece numa semana decisiva para o Palácio do Planalto: o Congresso pode votar a proposta que permite ao Executivo descumprir a meta de economia para pagamento de juros da dívida pública em 2014, o chamado superávit primário.
A manobra fiscal está agendada para ser debatida amanhã, após ser adiada por duas vezes na semana passada. A própria base aliada contribuiu para a demora. PMDB, PR, PP e Pros estão entre os que colaboraram para o atraso, esvaziando a sessão sobre o tema.
Um dos motivos para alongar a discussão é a composição, ainda em andamento, dos ministérios do segundo mandato de Dilma. Na semana passada, foram anunciados três nomes da área econômica (ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, além da permanência de Alexandre Tombini no Banco Central). Outras mudanças na área são previstas, como para as pastas de Agricultura e Minas e Energia.
Na prática, o projeto da meta fiscal autoriza o Executivo a economizar menos para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário. A matéria é considerada prioritária para o governo, mas enfrenta resistência da oposição.
O governo enviou o projeto ao Congresso sob a alegação de ajustar as metas fiscais diante do fraco resultado das contas públicas até setembro deste ano, efeito do aumento das despesas em um ano eleitoral e do comportamento modesto da arrecadação por conta do baixo ritmo de crescimento da economia e das desonerações de tributos.
Na última quarta, a sessão para votar o projeto que altera a meta fiscal do governo para 2014 foi adiada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por falta de quórum. Renan chegou a abrir a sessão, mas encerrou os trabalhos logo em seguida. Houve tumulto entre oposição e governistas no plenário.
Encontro
Este será o primeiro encontro da presidente com líderes de outras legendas depois d a eleição presidencial, em outubro. Dilma já participou, porém, de encontros com parlamentares do PT. No início de novembro, recebeu deputados, senadores, governadores e ministros do partido para um jantar.
"Acredito que este encontro servirá, sim, para aproximar a presidente da base, dos partidos aliados, dos líderes. Nós esperamos que isso seja uma praxe daqui para frente, esses encontros. E acredito também que servirá para uma conversa específica sobre a questão do projeto da meta fiscal", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
Diplomação
A presidente Dilma e o vice Michel Temer serão diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 18 de dezembro, às 19 horas. A sessão solene acontece dias antes da posse no Palácio do Planalto, agendada para o primeiro dia de janeiro.
Em dezembro de 2010, Dilma prometeu, no discurso de diplomação "honrar as mulheres" e manter a estabilidade econômica: "Cuidarei da estabilidade econômica e do investimento, tão necessários ao crescimento e ao emprego. Defenderei sempre a liberdade de manifestação de imprensa e de culto".
Naquele ano, o então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não participou da diplomação, mas acompanhou a presidente em coquetel no Itamaraty, após a solenidade.