Cardozo:
MP não poderá ajudar Dilma com informações para escolha de ministros.
Karine
Melo - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto.
O
ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, durante entrevista coletiva à
imprensa, sobre delação premiada e outros assuntos (Antônio Cruz/Agência
Brasil)Antonio Cruz/ Agência Brasil.
O
Ministério Público Federal (MPF) não poderá ser consultado para balizar a
escolha dos nomes que vão integrar a nova equipe ministerial. A informação foi
dada nesta terça-feira (23) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em
entrevista coletiva. A intenção de consultar o MPF foi manifestada nessa
segunda-feira (22) pela presidenta Dilma Rousseff, durante café da manhã com
jornalistas credenciados no Palácio do Planalto.
Cardozo
disse que teve, ontem à noite, uma conversa com o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, que adiantou que não poderia dar qualquer informação
sobre nomes citados em delações premiadas de pessoas investigadas pela Operação
Lava Jato, da Polícia Federal, já que o processo corre em segredo de Justiça.
Segundo
o ministro, para a composição da equipe de governo a presidenta usará como base
informações disponíveis em “registros oficiais”, como a Lei da Ficha Limpa.
“Situações colocadas pela imprensa, que são ou não confirmadas; isso passa por
um plano de avaliação do próprio governo quanto àquilo que está posto”, disse.
Sobre
os comentários a respeito da declaração da presidenta, feitos ontem pelo
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, Cardozo disse que
acha curiosa a crítica. "Ter informações é algo básico. É natural que um
governante, para formar a sua equipe, queira obter informações. Por óbvio, não
se pediu consultoria, não se pediu assessoria, se pediu informação que se legalmente
pudesse ser dada, seria boa para a formação da convicção no momento de nomear.
Como não foi possível, por motivo de legalidade, não foi feita”, concluiu,