EM
DEPOIMENTO
Reuters
| 08h04 | 19.12.2014
A
relação inclui ministro e ex-ministros do governo Dilma Rousseff, deputados,
senadores, governador e ex-governadores
O
ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou, em
depoimentos sob acordo de delação premiada, 28 políticos envolvidos no suposto
esquema de pagamento de propina envolvendo a estatal, segundo reportagem do
jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta sexta-feira (19). Entre os nomes
dos citados está Roseana Sarney, que renunciou o governo do Maranhão do último
dia (10), e Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco que concorria à
presidência nas Eleições de 2014, mas faleceu em um acidente aéreo.
A
relação inclui ministro e ex-ministros do governo Dilma Rousseff, deputados,
senadores, governador e ex-governadores, segundo o jornal, que informou ter
obtido os nomes apontados por Costa em 80 depoimentos fornecidos entre agosto e
setembro.
Costa,
preso no início do ano na Operação Lava Jato e agora em prisão domiciliar,
prestou depoimentos sob acordo de delação premiada e foi indiciado pela Justiça
do Paraná por crimes ligados a irregularidades cometidas à época em que ocupava
cargo na diretoria da estatal, entre 2004 e 2012.
A
Petrobras está no centro de um escândalo de corrupção pelo suposto esquema envolvendo
superfaturamento de contratos de empreiteiras com a estatal e repasse de
recursos para partidos e políticos governistas.
Segundo
a reportagem, a lista do ex-diretor inclui políticos do PT, PMDB, PP, PSB e
PSDB. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, os presidentes do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) e o ex-ministro petista Antonio Palocci.
Os
repasses feitos aos políticos, segundo o jornal, chegaram a superar 1 milhão de
reais, dinheiro que teria sido usado em campanhas eleitorais.
Além
de senadores do PT, PMDB e PP a lista inclui o ex-governador e ex-candidato à
Presidência do PSB morto, Eduardo Campos, e o ex-presidente do PSDB Sérgio
Guerra, também falecido.
A
lista completa dos políticos citados por Costa divulgada pelo jornal:
PT:
senadora Gleisi Hoffmann (PR), ex-ministra da Casa Civil; senador Humberto
Costa (PE), líder do partido na Casa; ex-ministro Antonio Palocci; senador
Lindbergh Farias (RJ); governador Tião Viana (AC); senador Delcídio Amaral;
deputado federal Cândido Vaccarezza (SP);deputado federal Vander Loubet (MS)
PMDB:
senador Renan Calheiros (AL), presidente do Congresso Nacional; ministro de
Minas e Energia, Edison Lobão; deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN),
presidente da Câmara; ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral;
ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney; senador Valdir Raupp (RO); senador
Romero Jucá (RR); deputado federal Alexandre José dos Santos (RJ)
PSB:
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos
PP:
senador Ciro Nogueira (PI); deputado federal João Pizzolatti (SC); deputado
federal Nelson Meurer; deputado federal Simão Sessim (RJ); deputado federal
José Otávio Germano (RS); senador Benedito de Lira (AL); ex-ministro das
Cidades Mário Negromonte; deputado federal Luiz Fernando Faria (MG);
ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE); deputada federal Aline Lemos de Oliveira
(SP)
O
presidente da Câmara já tinha se manifestado em outro momento dizendo que
"nunca pedi nem recebi do Paulo Roberto nenhum tipo de ajuda". Assim
como Renan, que também já tinha afirmado que suas relações com diretores da
Petrobras "nunca passaram os limites institucionais".
Em
reportagem publicada no site do Estado de S.Paulo nesta madrugada, negaram,
diretamente ou por meio de assessores ou advogados, envolvimento com qualquer
irregularidade: Palocci, Lobão, Gleisi, Montenegro, Viana, Cabral, Roseana,
Lindbergh, Raupp, Nogueira, Jucá e Costa. O PSB divulgou nota onde diz ter
"extrema confiança" em Campos, "um líder com reputação
ilibada".