PLANTÃO
O COBRA NO AR 26 DE DEZEMBRO DE 2014
01-.
Área Policial: Parece tranquila sem alterações da ordem publica não se ouve
Barulho de Som ou estampido de Cano de Moto pelas Ruas: ou lugarzinho tranquilo,
por enquanto.
Informação
vindo de outras Ribeiras dar conta de Acidentes com varias Vitima fatais nas
Estradas que cortam o Rio Grande do Norte e na BR 406 um sinistro vitimou 05
Pessoas;
Em
Mossoró um Cidadão tentou matar uma Mulher e em seguida suicidou-se no Quatro
de Um Motel;
De
ontem pra hoje foram presos alguns Traficantes inclusive na Cidade de Pau dos
Ferros, o cerco tá apertando Rapaziada: Produzir seria uma boa opção, mais
produzir trabalhando é claro.
02-.
Falta de Ética ou desequilíbrio emocional: Uma das duas opções ou as 02 juntas.
Crus Credo
04-.
O Carro do Nelson: O Carro do Nelson esta fazendo muita falta e parece que o jeito
é se acostumar sem ele: Fazer o que, só tinha ele mesmo.
06-.
A falta de ética na política brasileira.
Ética
sem ética
RENATO
JANINE RIBEIRO
Por
que o Brasil, nos últimos anos, falou tanto de ética? No final do ano passado,
completamos quinze anos da destituição do presidente Fernando Collor sem
nenhuma comemoração. Um silêncio ensurdecedor. E por razões óbvias: a maior
parte da nossa população sentiu que não havia o que celebrar. Porque Collor foi
apeado do poder em nome da ética na política e hoje quem sente que a política
no Brasil se tornou ética?
Uma
rápida recordação. Em meados de 2002, estouram as denúncias sobre corrupção no
governo Collor. Revistas e jornais investigam. Milhões de cidadãos, no país
todo, saem às ruas. Há comícios exigindo o impeachment, que nunca tinha sido
praticado no Brasil. Em fim de setembro, a Câmara dos Deputados vota o
afastamento do presidente, que no final do ano é julgado pelo Senado. Em pleno
julgamento, Collor tenta renunciar, mas o Senado o condena assim mesmo à perda
do cargo.
Esses
meses foram marcados por traços notáveis. Primeiro, a calma. Não houve medo de
golpe militar. A ditadura tinha acabado havia pouco tempo, mas a sociedade
processou seu trauma com bastante tranqüilidade. Segundo, por isso mesmo, o
respeito às instituições. Tribunais e parlamentares agiram como deles se
esperava. Terceiro, e aí sim, o entusiasmo, as paixões exaltadas, começando pela
indignação e culminando na euforia: sim, uma política ética é possível. Um
movimento surgiu, com o nome de “ética na política”.
Decepção
O bordão “passar o Brasil a limpo” teve ainda
continuidade com processos contra parlamentares acusados de corrupção, mas, uma
vez iniciado o governo Fernando Henrique, as denúncias começaram a dar no
vazio. Não sei se procediam ou não. O fato é que não houve mais a veemência por
apurar que se viveu no peperíodo Collor. O próprio Collor costuma lembrar que
não impediu as apurações. Depois de 1994, pouco se apurou sobre denúncias no
governo, no legislativo e no judiciário.
Daí
a decepção com a falta de ética na política. Já comentei que as relações entre
ética e política são mais complicadas do que isso. Mas o fato é que os
brasileiros perderam sua esperança enorme de que a política se tornasse
transparente. Hoje, o eleitorado pode aprovar tais ou quais governantes,
elegê-los ou reelegê-los com grande maioria, mas o respeito ético por eles é
raro. Na verdade, penso que este sentimento predomina no Brasil há muito tempo:
pelo menos, desde que passamos a ter eleições minimamente livres, em 1945, e
ainda assim com o longo intervalo da ditadura. Em suma, a maioria elege pessoas
a quem não respeita.
Responsabilidade
coletiva
Mas, afinal, há vinte e seis anos que nossos
governadores, vinte e três anos que nossos prefeitos, dezenove anos que nossos
presidentes são eleitos por nós. Antes disso, foram nomeados pela ditadura por
duas décadas mas isso passou. E continuamos nos referindo a eles como “eles”,
melhor dizendo, usando o verbo na terceira pessoal do plural com sujeito
oculto. Tudo o que é decisão no Brasil, que de alguma forma coíba nossa
liberdade, é atribuída a um anônimo “eles”: “Fecharam essa rua”, “Aumentaram o
imposto”, “Roubam nosso dinheiro”. Esse sujeito oculto é o governo, qualquer
governo. Nada temos a ver com “eles”! Só que foram eleitos por nós...
O
termo “responsabilidade coletiva” foi muito utilizado em relação aos alemães
após o nazismo. Seriam todos os alemães, coletivamente, responsáveis pelos
crimes de Hitler e sua quadrilha? Ou como os austríacos tão bem souberam fingir
teriam sido vítimas de uma gangue bem identificada? A rigor, não há
responsabilidade coletiva. Dizer que todos os alemães cometeram crimes é um
absurdo. Mas, que há graus diferentes de responsabilidade, há. Há quem
extermine judeus e ciganos. Há quem forneça armas aos assassinos. Há quem
denuncie um vizinho perseguido. Há quem finja que não vê. Há quem negue abrigo
a um perseguido. Há quem se entusiasme com as vitórias no front, se delicie com
o produto da pilhagem de outros povos há tantos tipos de comprometimento com o
crime que é demorado enumerá-los. Não são todos do mesmo nível. Mas muitos são
responsáveis.
Somos,
ou não, responsáveis por quem elegemos?
Nossa
pequena falta de ética
Porque esta sociedade, que é a nossa, se
aninhou na falta de ética. Lembro uma vez em que tomei um táxi, na época da
inflação alta. Passamos o trajeto criticando a falta de ética na sociedade
brasileira. Quando chegamos, o motorista, que tinha uma tabelinha para
converter o que aparecia no taxímetro, cobrou um ou dois reais acima do
correto. Deixei por isso mesmo, mas pensei: como convive este discurso ético,
essa revolta com a falta de ética dos outros e a prática antiética da mesma
pessoa? Ele não era um político. Era um cidadão que os condenava e que
condenava outros cidadãos. Mas ele...
Formulo
uma hipótese. Sentimos em nossa sociedade uma espécie de lamaçal ético. Isso me
faz lembrar as imagens barrocas de Arnaldo Jabor: um pântano fétido que nos
penetra e invade, mas em que também nos comprazemos. Por ele, temos amor e
ódio. Fazemos parte dele, mas por outro lado, isso nos repugna. Sentimos que
quem é ético é otário em especial no trânsito, mas não só nele. Não queremos
ser otários, ser a chacota da sociedade. Queremos ter a fama de sagazes,
espertos, capazes. Por isso, prevaricamos. Mas também, sentimos de algum modo
que nossa dignidade - o cerne, o resto de nossa dignidade está na ética. Por
isso a reivindicamos. Alguma dignidade temos de ter. E esta sim, vamos
afirmá-la em altos brados. O meu nada ético motorista de táxi gritava que era
ético. Este teatro de horror, de mentiras, é a nossa ética. Uma ética meio
desesperada, mas, enfim, a que temos. Conseguiremos sair deste pântano? Esta é
a questão.
"Concluo,
portanto (voltando ao assunto sobre se é melhor ser temido ou amado), que um
príncipe sábio, amando os homens como desejam eles ser amados, e sendo temido
pelos homens como deseja ser temido, deve ter como base aquilo que é seu, não
dos outros. Enfim, deve somente procurar evitar ser odiado, como ficou
dito"
Nicolau
Maquiavel
"O
patriotismo não pode ser distorcido de sua fonte ética para justificação do
ilícito."
Miguel
Reale