CONTAG
realiza audiência com ministro do MDA.
Nesta
manhã, o ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, recebeu os
diretores e diretoras da CONTAG para uma audiência, ocorrida na sede do
ministério. Reuniões como essa, segundo
o ministro, fazem parte da estratégia da nova gestão de manter um diálogo
estreito com os movimentos sociais do campo. No momento, a CONTAG levou as
questões mais essenciais para a agricultura familiar brasileira no momento e
que precisam de um olhar cuidadoso do MDA, e comunicou as ações de massa
planejadas para 2015.
Para
situar o ministro, que assumiu o cargo recentemente, o presidente da CONTAG,
Alberto Broch, começou a reunião com um breve histórico da entidade e suas
conquistas e protagonismo no desenvolvimento do campo brasileiro ao longo dos
anos, sendo uma delas a própria criação do MDA para atendimento da agricultura
familiar do país.
Em
seguida, Alberto introduziu os principais temas que devem ser foco do trabalho
do ministério esse ano. “Entendemos como grande necessidade o fortalecimento
desse ministério, para que ele dê conta de três grandes diretrizes”, iniciou ele. As diretrizes apontadas giram em
torno da organização da produção, assistência técnica e política agrária com
foco na esperada reforma agrária. Fez-se um breve balanço da situação de
algumas políticas, ao que foi apontado problemas operacionais que precisam ser
resolvidos o quanto antes, como a questão da administração da Agência Nacional
de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER) e as dificuldades de andamento
do crédito fundiário. “A CONTAG lutou muito pelo crédito fundiário. Ele está
totalmente parado e estamos com problemas sérios, o que faz a resolução dessa
questão uma grande prioridade”, afirmou.
Os
demais diretores(as) também contribuíram com
mais demandas pontuais que fazem parte da luta da CONTAG. A secretária
de Mulheres, Alessandra Lunas, lembrou ao ministro da 5ª Marcha das Margaridas
este ano, e de alguns pontos de pauta que serão trazidos nesta edição, como a
necessidade de implementação dos quintais produtivos. A necessidade de atenção
às comunidades prejudicadas pelas obras do PAC também foi um tema levantado
pela dirigente.
Já
Willlian Clementino, vice-presidente e secretário de Relações Internacionais,
ressaltou a importância de articulação com outros órgãos governamentais ligados
à agricultura familiar para um trabalho mais completo, além da contratação de
equipes para o Ministério que tenham compreensão sobre o tema. “O MDA precisa
de pessoas com convicção para mudarem a configuração do cenário agrário e
agrícola brasileiro”, afirmou.
A
atenção à juventude rural também foi lembrada pelo secretário de Administração
e Finanças, Aristides Santos, que abordou o êxodo do campo por parte dos jovens
e destacou também os problemas provocados pela seca do Nordeste, que atualmente
não estão sendo amparados por programas de crédito. Para finalizar a pauta de
demandas, o secretário de Assalariados(as) Rurais, Elias D’Ângelo, bateu
novamente na tecla da reforma agrária, destacando que as superintendências do
Incra nas regiões devem dialogar mais com as FETAGs para entenderem melhor a
situação de cada região.
O
ministro Patrus mostrou-se interessado em ouvir as demandas, e fez anotações
durante toda a reunião. Ao final, comentou que há convergência entre as
propostas e as intenções do MDA nesta nova gestão. “Há uma concordância com
tudo o que vocês disseram. Queremos agir concretamente, mas também temos que
disputar na sociedade o que queremos. Muito o que queremos aqui depende da
sensibilização de outros setores, mas vamos somar as forças politicas”,
afirmou. Ao final, a CONTAG entregou a Patrus a pauta com as diretrizes
propostas, que já foi entregue diretamente à presidenta Dilma Rousseff durante
a campanha eleitoral.
Além
dos diretores(as) já citados, participaram Antoninho Rovaris (Meio Ambiente),
Dorenice Flor da Cruz (Secretaria Geral), Juraci Souto (Formação e Organização
Sindical) e David Wylkerson (Política Agrícola.